O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (SIMPERE) realiza uma nova vigília, na manhã desta segunda-feira, na Escola de Formação de Educadores do Recife (EFER), bairro da Madalena, Zona Norte do Recife. A mobilização das professoras e professores acontece durante mais uma rodada de negociação com a Prefeitura e reforça o estado de greve aprovado pela categoria, diante da falta de propostas que atendam às reivindicações dos profissionais da educação.
"Ao contrário do Recife, várias cidades da Região Metropolitana e até o estado estão anunciando que pagarão o piso da categoria. É mais um sinal de que não aceitaremos propostas rebaixadas. Queremos o pagamento dos 6,27% de 2024, a incorporação à carreira e a reparação das perdas salariais dos últimos anos, que chegam a 12,78%", afirma Jaqueline Dornelas, coordenadora geral do SIMPERE.
A negociação também abrange o pedido das educadoras e educadores pela valorização da carreira, a reestruturação dos interstícios, o acréscimo de carga horária, a garantia da aula-atividade e outros pontos da pauta financeira. Até o momento, a gestão do prefeito João Campos apresentou apenas a proposta de 1,5% de reajuste retroativo a janeiro de 2024 e um aumento de R$ 1 no tíquete alimentação, números que estão sendo considerados vergonhosos por toda a comunidade escolar.
Além da mobilização nas ruas, o SIMPERE também protocolou, no início deste mês, uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), solicitando a intervenção do órgão diante do descumprimento da Lei do Piso no que diz respeito à jornada de trabalho. "A Prefeitura do Recife desrespeita o direito à aula-atividade, obrigando professores a extrapolarem o tempo de interação com estudantes, em clara violação da Lei 11.738/2008. Por isso, levamos o caso ao MPPE e exigimos providências", explica Anna Davi, diretora do sindicato.
Profissionais da rede municipal de ensino estão em estado de greve desde o dia 10 deste mês e não descartam a possibilidade de deflagrar greve caso a gestão João Campos continue a ignorar os direitos de quem trabalha por melhores condições de ensino da capital pernambucana.