sexta-feira, 21 de março de 2025

Tuberculose: cerca de 80 mil novos casos surgem e mais de 5 mil mortes ocorrem anualmente


O dia 24 de março é marcado pelo Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data importante para alertar a população sobre o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para a cura da doença, que é um problema significativo de saúde pública no mundo. Apesar dos avanços na medicina, segundo o Ministério da Saúde, são notificados aproximadamente 80 mil casos novos e ocorrem cerca de 5,5 mil mortes em decorrência da tuberculose no Brasil.

De acordo com o médico e facilitador do Centro de Simulação da Faculdade Pernambucana de Saúde, Erick Pordeus, a doença, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, afeta principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos. “Sua transmissão ocorre por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), sem tratamento”, afirma. 

Os sintomas podem incluir tosse persistente, febre, sudorese noturna e perda de peso. “A tuberculose pode se agravar caso não seja tratada corretamente, apresentando outros sintomas como dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) – se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica”, complementa. 

*Diagnóstico precoce*

O diagnóstico precoce faz toda a diferença, tanto para o tratamento quanto para reduzir a transmissão da doença. Para a população geral, em caso de tosse persistente por mais de três semanas, uma unidade de saúde deve ser procurada. 

Pessoas vivendo com HIV, contatos próximos de pacientes com tuberculose, pessoas privadas de liberdade, em situação de rua, indígenas e profissionais de saúde, devem ser investigadas independentemente do tempo de tosse. Nesses grupos, a doença pode evoluir mais rapidamente ou ter apresentações atípicas. Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido.

*Há como prevenir?*

A principal forma de prevenção da tuberculose é a vacina BCG, que é oferecida de graça no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina, que protege contra as formas mais graves da tuberculose, deve ser aplicada nas crianças logo ao nascer ou, no máximo, antes dos 5 anos de idade. Outra estratégia de prevenção é o tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB), que ocorre quando uma pessoa se encontra infectada pelo M. tuberculosis, sem manifestação da doença ativa. 

Essa medida serve para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de alguns medicamentos. “Para isso, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos contatos de pessoas com tuberculose e ofereça o exame para diagnóstico da ILTB aos demais grupos populacionais, mediante critérios para indicação do tratamento preventivo”, afirma Erick. 

Além disso, como a doença é sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A higiene da tosse, que consiste em cobrir a boca com o antebraço ou lenço ao tossir, também é uma medida importante a ser considerada. 

*Importância de capacitação adequada*

Um dos desafios no combate à tuberculose está na capacitação dos profissionais de saúde para identificar e tratar a doença de maneira eficiente. Para Erick Pordeus, o treinamento em simulação é uma das estratégias para melhorar esse quadro de capacitação. “Contribui para a melhoria da qualidade do atendimento à saúde, já que os alunos e profissionais desenvolvem competências técnicas e aprendem a manejar casos complexos e desenvolver protocolos de atendimento mais eficazes”, defende.

O Centro de Simulação da Faculdade Pernambucana de Saúde, por exemplo, reproduz um ambiente real de hospital, com leitos, equipamentos, monitores, respiradores e bombas de infusão, além de manequins/robôs de alta fidelidade e atores de verdade. “O propósito é fazer com que o profissional atinja excelência, competência e atualização baseados em evidências. Tudo isso em um ambiente livre de riscos, onde podem cometer erros e aprender com eles sem consequências graves”, complementa Brena Melo, a coordenadora pedagógica do CSim. 

Para mais informações sobre os treinamentos e agendas, entre em contato: 81 7335-5465 (whatsapp) | @csimfps (instagram).