Desde os seis anos, Thiago Arancan já trilhava um caminho que o levaria a ser um dos grandes nomes do canto lírico. Com uma base sólida construída na Escola Municipal de Música de São Paulo, sua carreira deu um salto ao vencer o Concurso Internacional de Canto Erudito Bidu Sayão, em 2004. O feito lhe rendeu a oportunidade de estudar na renomada Academia de Canto do Teatro Alla Scala, na Itália, o que ele descreve como um divisor de águas. “Aprendi com grandes mestres e me apresentei em teatros prestigiados ao redor do mundo.”
Sua trajetória é marcada por apresentações em mais de 40 países, incluindo momentos icônicos como cantar no Teatro Alla Scala e estrear nos Estados Unidos com o papel de Don José, em Carmen. Thiago destaca também sua experiência no musical O Fantasma da Ópera, que expandiu seus horizontes artísticos e o conectou a novos públicos. "Foi uma experiência única, um grande desafio emocional e artístico."
O cantor segue inovando com sua turnê "Uma Viagem pela Itália", que mistura ópera e clássicos italianos, e promete novidades emocionantes. Quanto ao futuro da música lírica no Brasil, Arancam acredita em seu potencial: "A tecnologia pode democratizar o acesso e atrair novos públicos. Tudo começa pela conexão emocional."
Para os pernambucanos que o assistirão nesta sexta-feira (14) no Teatro do Parque, Thiago promete uma experiência inesquecível, repleta de surpresas e momentos únicos. “O público pernambucano é caloroso e apaixonado por música. Estou certo de que será uma noite mágica.”
Casado e pai de três filhos, Thiago Arancam Festa gosta de assistir filmes inspiradores, como Gladiador e tem como livro favorito “Muitas Vidas, Muitos Mestres”. A frase que ele gosta resume bem sua trajetória: “O impossível é apenas uma questão de opinião”. Em entrevista ao Blog Taís Paranhos, ele conta do seu começo na música, ainda na infância, de momentos mágicos, como o de estar com o tenor Plácido Domingo e de sua trajetória artística.
Desde criança, a música sempre esteve presente na minha vida. Aos seis anos, comecei a cantar em um coral infantil em São Paulo e logo percebi que a voz seria meu instrumento de expressão. Meu interesse pela música lírica surgiu ao longo da minha formação musical, quando fui apresentado ao canto erudito e me encantei com a grandiosidade da ópera.
Você começou sua formação musical no Brasil e depois seguiu para a Europa. Como foi essa transição e o impacto dela na sua trajetória?
Minha base musical começou no Brasil, na Escola Municipal de Música de São Paulo, onde aprendi a técnica e a disciplina do canto lírico. Em 2004, ao vencer o Concurso Internacional de Canto Erudito Bidu Sayão, recebi um convite para estudar na Academia de Canto do Teatro Alla Scala, em Milão. Essa mudança foi um divisor de águas na minha vida, pois tive a oportunidade de aprender com grandes mestres e me apresentar nos mais prestigiados teatros do mundo.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou para se consolidar como cantor lírico no Brasil, um país com forte tradição em música popular?
O Brasil tem uma cultura musical muito rica e diversa, mas a música erudita ainda enfrenta desafios para atingir um público maior. Sempre busquei formas de aproximar a ópera das pessoas, tornando-a mais acessível e conectada com a emoção do público. Além disso, há dificuldades estruturais, como a falta de investimentos e espaços dedicados à ópera. Mas acredito que a arte tem o poder de transformar e, com dedicação, podemos ampliar o alcance desse gênero.
Você já se apresentou em mais de 40 países. Qual foi a experiência mais marcante em sua carreira internacional?
Cada palco tem sua magia, mas cantar no Teatro Alla Scala, onde grandes nomes da ópera fizeram história, foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Outro marco foi minha estreia nos Estados Unidos como Don José, na ópera Carmen, no Washington National Opera. Esses momentos reforçaram minha paixão pela arte e minha missão de levar a música para o mundo.
Como foi interpretar o papel icônico de “O Fantasma da Ópera” na montagem brasileira do musical? O que esse papel significou para você?
Foi uma experiência única! O Fantasma é um personagem complexo, com uma carga emocional muito intensa. Ele me desafiou como artista e me permitiu explorar um lado diferente do meu trabalho, trazendo a interpretação teatral ainda mais para o centro da minha performance. Esse papel também me aproximou de um novo público, que talvez não estivesse acostumado com minha trajetória na ópera.
Plácido Domingo é uma das suas grandes referências artísticas e teve um papel importante na sua carreira. Como foi trabalhar com ele e o que você aprendeu dessa parceria?
Plácido sempre foi uma inspiração para mim. Tive a honra de trabalhar com ele em algumas ocasiões, e cada encontro foi uma aula de arte, técnica e entrega. Além do talento inquestionável, ele me ensinou a importância da versatilidade e do comprometimento com a música.
Você tem explorado uma fusão entre o erudito e o popular, como no estilo “operaxé”. O que o motivou a buscar essa mistura de gêneros?
Acredito que a música não deve ter barreiras. Minha intenção sempre foi levar o canto lírico para mais pessoas, e a fusão entre o erudito e o popular permite criar uma conexão mais direta com o público. O operaxé e outras experimentações são formas de modernizar a ópera sem perder sua essência.
Quais são os próximos passos na sua carreira? Há novos projetos ou colaborações que você pode compartilhar?
Tenho muitos projetos em andamento! Minha turnê Uma Viagem pela Itália segue pelo Brasil, levando ao público um repertório que mistura clássicos da ópera com canções italianas que marcaram época. Além disso, estou desenvolvendo novas colaborações que prometem surpreender, sempre buscando inovar e emocionar.
Como você vê o futuro da música lírica no Brasil e o que acredita ser necessário para atrair novos públicos para esse estilo?
Vejo um futuro promissor, mas precisamos investir na formação de novos talentos e na democratização do acesso à ópera. A tecnologia pode ser uma grande aliada, permitindo que mais pessoas descubram esse universo. Acredito que a chave está na conexão emocional: quando o público sente a música, independentemente do gênero, ele se apaixona por ela.
O que o público pernambucano pode esperar do seu show no Teatro do Parque? Alguma surpresa especial para essa apresentação?
Será uma noite inesquecível! Preparamos um repertório emocionante, com canções que passeiam pela ópera, pela música italiana e por grandes clássicos. Além disso, sempre gosto de trazer surpresas e momentos especiais, para que cada show seja único. Pernambuco tem um público caloroso e apaixonado por música, e tenho certeza de que será uma experiência maravilhosa.