segunda-feira, 24 de março de 2025

Regionalização da política industrial brasileira será prioridade na colaboração entre Sudene e Nordeste Forte


Brasília (DF) - Em uma cerimônia que reuniu autoridades, empresários e líderes setoriais, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) reforçou seu compromisso com o fortalecimento da indústria regional ao prestigiar a posse de Cassiano Pereira, novo presidente da Associação Nordeste Forte, que reúne as federações das indústrias dos nove estados nordestinos. O evento marca uma nova etapa na articulação entre a autarquia e o setor produtivo, com o objetivo de viabilizar investimentos estratégicos e promover o desenvolvimento sustentável da região, em sintonia com a Nova Política Industrial Brasileira (NIB).

Para o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, a parceria entre as duas instituições é essencial para a criação de um ambiente mais favorável ao desenvolvimento industrial no Nordeste. “O fortalecimento dessa articulação com a Nordeste Forte não é apenas simbólico. Estamos ampliando a nossa capacidade de territorializar as diretrizes da nova política industrial, identificando as potencialidades de cada estado e conectando-as aos instrumentos financeiros que dispomos, como o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE)”, afirmou. Para o gestor, o foco agora é criar sinergias entre os setores produtivos e as políticas de desenvolvimento regional.

A indústria nordestina teve média de crescimento de 2,5% em 2024, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, produzida pelo IBGE. Estados como o
Rio Grande do Norte e Ceará registraram desempenho superior ao índice regional e nacional (3,1%), alcançando, respectivamente, 7,4% e 6,9%. Ainda assim, a região enfrenta o desafio de modernização e integração a cadeias globais de valor. Com a NIB, que prioriza a inovação tecnológica, a sustentabilidade e a descentralização produtiva, o Nordeste tem a oportunidade de se reposicionar no cenário nacional. 
“Sudene e Nordeste Forte tem muito a contribuir com este cenário”, afirmou o presidente Cassiano.

O setor industrial nordestino contratou, em 2024, R$ 11,4 bilhões em recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, FNE, administrado pela Sudene em parceria com o Banco do Nordeste. Considerando o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), este de oferta exclusiva da Sudene, o setor demandou R$ 851 milhões em financiamentos. Já os 613 pleitos de incentivos fiscais aprovados para indústrias localizadas nos 11 estados que integram o território de atuação da Sudene foram importantes para apoiar um investimento total de R$ 32,7 bilhões, valor que representa o aporte de recursos privados para viabilizar as operações destes empreendimentos.

Danilo Cabral espera que a atuação conjunta com a Associação Nordeste Forte intensifique a demanda por estes mecanismos de apoio ao setor industrial. “ A indústria nordestina precisa de investimentos em infraestrutura e inovação para ser competitiva. O FNE, por exemplo, é um dos instrumentos mais acessíveis para financiar esses avanços, com condições de pagamento que estimulam o crescimento sustentável”, enfatizou Cabral.

O setor industrial foi responsável por 15% dos empregos gerados no Nordeste em 2024. O segmento, no entanto, ainda encontra entraves, como a falta de investimentos em qualificação de mão de obra e infraestrutura logística. A parceria entre a Sudene e a Nordeste Forte, no entanto, promete mudar esse cenário. 

A articulação entre as federações de indústria e a Sudene também visa atrair novos investidores para a região. A ideia é mapear oportunidades para que empresas olhem para o Nordeste como um destino prioritário para novos projetos industriais. “Temos um plano ambicioso de reposicionamento do Nordeste como protagonista na agenda industrial do país, e acreditamos que a parceria com a Nordeste Forte é o caminho para atingir esse objetivo”, concluiu o superintendente da Sudene.

Com essa nova fase de articulação, a expectativa é que o setor industrial do Nordeste, impulsionado pela NIB e pelo apoio estratégico da Sudene e da Nordeste Forte, possa atingir novos patamares de competitividade e sustentabilidade, reposicionando a região no mapa da produção industrial brasileira.