segunda-feira, 31 de março de 2025

Dia Mundial de Conscientização do Autismo: Como as escolas podem fazer para que o ambiente fique mais acolhedor para estudantes com TEA?


Garantir um ambiente escolar inclusivo e acolhedor para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) vai muito além do cumprimento das leis e direitos garantidos. Esse é um desafio que exige a adoção de medidas e estratégias específicas e um olhar atento às necessidades desses alunos. A criação de um ambiente acessível e estruturado, a capacitação contínua dos profissionais e a sensibilização da comunidade escolar são medidas fundamentais para promover uma educação de qualidade e acessível a todos. Nesse sentido, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, reforça a importância do debate sobre a inclusão e o respeito às singularidades das pessoas autistas.

Além dos direitos legais, a escola pode adotar diversas iniciativas para tornar o ambiente ainda mais acolhedor para esses estudantes. “A capacitação contínua da equipe escolar é essencial para que professores e funcionários compreendam as particularidades do autismo e saibam como oferecer suporte adequado. Criar um ambiente acessível e estruturado também faz a diferença, utilizando recursos como rotinas visuais, espaços tranquilos e previsibilidade nas atividades para reduzir a ansiedade do aluno. Promover a empatia e a inclusão por meio de projetos pedagógicos, palestras e atividades interativas também ajuda toda a comunidade escolar a compreender e respeitar as diferenças”, sugere a psicóloga educacional da Rede SESI de Educação, Beatriz Farias. Outro ponto colocado pela profissional é sobre a importância de manter um diálogo próximo com a família do aluno, garantindo uma parceria eficaz para alinhar estratégias que favoreçam o desenvolvimento da criança ou adolescente.

Além da instituição, Beatriz pontua que os próprios alunos também têm um papel fundamental nessa inclusão. Antes de tudo, eles podem ser acolhedores e receptivos, evitando julgamentos e incentivando a participação dos colegas nas atividades. “Além disso, respeitar o tempo e as necessidades do aluno autista é essencial, compreendendo que algumas interações podem acontecer de maneira diferente. Atitudes simples, como auxiliar na mediação social e facilitar conversas, podem ajudar a integrar melhor esse estudante no grupo. Combater o bullying e incentivar um ambiente de respeito também são formas poderosas de contribuir para que a inclusão aconteça de maneira genuína”.

Para que a inclusão, tanto por parte da escola quanto dos estudantes, aconteça da melhor forma, a psicóloga educacional destaca a importância de entender o que é o TEA, para desconstruir estereótipos e evitar generalizações equivocadas, que podem dificultar ainda mais a inclusão. "Primeiramente, não existe um padrão único. Cada pessoa no espectro tem suas próprias características, desafios e habilidades. Além disso, dificuldades na comunicação e interação social não significam que a pessoa autista não queira se relacionar, mas, sim, que ela pode precisar de diferentes formas de mediação para isso”, explica Beatriz, complementando que pequenas adaptações e atitudes empáticas podem fazer uma grande diferença na vida de uma pessoa autista, tornando os espaços mais acessíveis e respeitosos para todos.