sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Um Telecom, empresa 100% pernambucana, lança o Atlantic Data Center para fazer a diferença na conectividade do polo tecnológico do Recife

 

Em um almoço num restaurante localizado na Zona Sul do Recife, estavam reunidos jornalistas, funcionários e o Conselho Administrativo da Um Telecom, empresa operadora de telecomunicações e soluções em infraestrutura de Tecnologia da Informação. O objetivo foi fazer o lançamento oficial do Atlantic Data Center, uma infraestrutura de classe mundial. “É uma honra poder contar com a presença de cada um de vocês nesse dia tão importante para a história da Um Telecom, e por que não dizer, para a história do Estado de Pernambuco. Fizemos questão de convidar alguns dos maiores comunicadores do estado para que a gente pudesse dar essa notícia e compartilhar com vocês essa nossa iniciativa”, afirmou, de maneira entusiasmada, a diretora de marketing da empresa, Raquel Scarano.

A Um Telecom tem o sangue pernambucano no DNA, e foi fundada em 2010 tornando-se referência no País em infraestrutura de serviços digitais. A empresa tem um portfólio diversificado e há alguns anos essa empresa vem traçando esse passo, esse projeto, de construir um data center com toda a qualificação e toda a certificação que pode trazer grandes players de todo o mundo para o Estado de Pernambuco. Nesse momento, foi apresentada a Atlantic Data Center, presidida pelo engenheiro de Computação Daniel Gomes – que também é vice-presidente da Um Telecom. Gomes é especialista em Gestão de Negócios na Era Digital, além de especializado em gestão de projetos e de inovação em produtos e serviços.

Daniel Gomes começou sua fala afirmando que, para se falar de um Data Center, não se pode deixar de ressaltar a Economia Digital onde a empresa Um Telecom hoje está inserida. “A gente acessa dezenas, centenas, milhares de aplicativos. no nosso celular, enfim, nossas famílias. E tudo isso são aplicativos, seja no nosso entretenimento pessoal, seja na questão corporativa, aplicativos como Instagram, redes sociais, Whatsapp. Aqui em Recife, por exemplo, aplicativos de serviço público como Conecta Recife, o Golf BR, as empresas que utilizam seus RPs e seus CRMs, tudo isso são sistemas”, afirma o presidente.

Ainda de acordo com Daniel Gomes, havia antigamente um déficit muito grande de fibra ótica, de conectividade de forma geral, mas que isso cresceu muito nos últimos anos. O Brasil hoje, é conhecido por possuir uma competência do mercado de telecomunicações digitais,  e também dos provedores de internet regionais, com uma taxa enorme de penetração da conectividade. “É lógico que em alguns locais tem menos, mas a gente ainda tem carência de data centers. Na verdade, não é um privilégio da gente ter essa carência. Hoje, essa carência está no mundo todo, principalmente depois da questão da inteligência artificial. Para atender esse pedaço do lado direito, que são data centers e clouds, é justamente que a gente está criando a Atlantic Data Centers”, revela Gomes.

O presidente da Um Telecom, Rui Gomes, fez questão de salientar que a instalação de um data center será benéfica principalmente para o Nordeste. “A Um Telecom tem uma rede de fibra ótica com mais de 22 mil quilômetros de rede. Então, que vai desde o Maranhão até a Bahia. O data center precisa estar bem conectado. O data center precisa ter fibra ótica. Então, essa infraestrutura digital, ela vai ser bem integrada dentro desse projeto da Atlantic, porque vai ter a rede de fibra sentindo esse data center com essa configuração que a gente tem”, afirma Rui Gomes.

Inteligência Artificial – Se compararmos o número de consultas diárias do Google e do chat GPT, o Google em 2022 já fazia 8,2 bilhões de consultas em média por dia. Em 2023, 8,5. Em 2024, manteve o mesmo número de 8,5 bilhões. O chat GPT, ele foi lançado em novembro de 2022. Em dezembro de 2022, ele teve 1 milhão de consultas diárias. Já em dezembro de 2023, 28 milhões. Em dezembro de 2024, 430 milhões de consultas diárias. Quando se observa esses números, podemos imaginar o que se pode vislumbrar para 2030. Se essa lógica for seguida, já em 2026, o chat GPT pode superar a quantidade de consultas diárias do Google. Em outras palavras, o chat GPT é só um exemplo da questão do uso que se tem com inteligência artificial generativa.

De acordo com os executivos Daniel e Rui Gomes – apesar de possuírem o mesmo sobrenome, eles não são parentes – para se chegar a essa conclusão foi necessário um treinamento anterior para a Inteligência Artificial. Houve, então um alto consumo de energia e de recursos naturais. Esse treinamento pode ser feito em qualquer lugar do mundo, não necessariamente próximo do usuário. Se há um ecossistema de infraestrutura digital bem montado e confiável, de treinamento de inteligência artificial, isso para o mundo, é uma grande oportunidade. “Para vocês terem uma ideia, a quantidade total de data centers no mundo em 2022, ela consumiu em terawatts hora, ou seja, 1000 gigawatts hora, 460 terawatts hora, que é o equivalente a 85% do que o Brasil consome no ano inteiro. Já em 2026, a previsão é que seja 1050 TWh, ou seja, duas vezes o que se consome de energia no Brasil”, relata .

A energia elétrica no Brasil é 93% renovável, frente a 48% de média mundial. Então na maioria dos países desenvolvidos, como Estados Unidos e vários da Europa, o principal fonte de energia é fóssil. É carvão, é petróleo, é gás. Mas aqui no Brasil é renovável. Vinda principalmente de hidrelétrica, eólica e solar. E nesse contexto do Nordeste, vocês sabem, a gente está mais adiantado. Só de energia eólica, mais de 90% são geradas no Nordeste. Hoje no Nordeste a gente gera mais energia do que consome. Por que ser renovável é importante? Porque utilizar energia renovável é importante nessa dinâmica dos data centers, da inteligência artificial e dos aplicativos de forma geral. Ou seja, data center consome muita energia e aqui no Nordeste é um terreno literalmente fértil para essas novas tecnologias.

Atlantic Data Center - De acordo com Daniel Gomes,  já há algumas operadoras que estão no projeto para entrar no datacenter. “A gente vai atrair dezenas de outras operadoras que também terão conectividade aqui nesse datacenter. Na verdade, esse data center funciona como um centro logístico, um hotel, um condomínio. O Parque Industrial do Curado está aqui, por esse mapa que a gente vê, tem a BR-232, tem a BR-408, as BRs, as rodovias, então é fácil para as empresas chegarem aí. Aqui também tem uma subestação da CHESF onde a energia está a pouco menos de um quilômetro de distância do nosso terreno e tem muita energia disponível para ser utilizada nesse datacenter. Em termos de distância, a gente tem vários polos aqui do nosso estado que estão próximos ao Data Center. O Data Center está, daqui do Pina, na Boa Viagem, ele está a 12 quilômetros, do Porto Digital, no bairro do Recife, ele está a 13 quilômetros”.

O vice-presidente da empresa, Joselito Bergamaschine – conhecido como Joe – tem 25 anos de experiência, trabalhou em empresas multinacionais como a TNT, a própria Globinex também que é do fundo do BTG, agora Vital, além de ser graduado em Engenharia Elétrica com pós-graduação no MIT. Bergamaschine foi bem taxativo no que se refere à necessidade do uso do Data Center para a Inteligência Artificial. “A gente quer formar um ecossistema digital, um mercado digital, vou usar muito esse termo, aonde várias companhias vêm para trocar serviço entre elas. Basicamente falando, não existe IA sem datacenter. Não existe, guardem bem isso, não existe nuvem sem datacenter. Não tem como. Isso não vai existir”, ressaltou firmemente.

Joe ainda ressaltou que a tendência é de que o Estado de Pernambuco seja beneficiado e cresça economicamente em meio à conjuntura da informática. “Então, em Pernambuco, veja só, a internet deveria acompanhar o PIB. Mas, diferentemente, por questões até mesmo de logística, de conteúdo digital, Pernambuco é o nono estado em troca de tráfego. É uma posição importante. Às vezes você acha que a nona colocação é pouca coisa, mas não é não. É importante. Só que, com o data center, a tendência é que Pernambuco suba aí para a quinta, quarta posição”.

No encerramento da palestra, o presidente da Atlantic Data Center, Daniel Gomes, ressaltou que o Brasil pode e deve ser produtor e exportador de tecnologia. “A gente tem energia limpa, renovável aqui. O Nordeste, ele é abençoado por ter tanta energia. Tem água, tem... Tudo que um Data Center precisa, tudo que precisa de infraestrutura, a gente tem. E muita gente falando que precisa de treinamento de mão de obra. Tem o Porto Digital para treinar mão de obra, tá? E o Brasil vai exportar hidrogênio verde. Então a gente vai exportar hidrogênio verde para o pessoal lá fora fazer Data Center e a gente continuar sendo colônia? Em vez de estar exportando treinamento de Inteligência Artificial? Então, a gente tem que refletir, a gente tem que se unir, a gente tem que pensar no que é necessário para daqui a 10 anos ou mais”, ressaltou Gomes, que foi muito aplaudido pelos presentes.

Após a palestra, eles conversaram com o Blog Taís Paranhos


Pernambuco sempre teve dotação para distribuição. De uma forma geral, logisticamente, a gente está bem no centro do Nordeste. Então, para dados, isso também faz muito sentido. Então, hoje, a gente pode dizer que está equidistante de 50 milhões de pessoas, 850 quilômetros. E isso transferindo para o mundo digital dá 13 milissegundos de latência, que é algo extremamente importante para muitas aplicações. Então existe uma decisão estratégica pela localização e também pela empresa ser pernambucana.

Rui Gomes - Presidente da Um Telecom


É um prazer para a gente estar anunciando em paralelo aqui a criação da nossa nova unidade de negócio Atlantic Data Centers e também a construção do nosso primeiro data center, que é o Recife I. Nós escolhemos aqui Recife, pois Recife, além de ter uma carência de data centers, está localizado geograficamente de uma forma muito estratégica aqui no Nordeste. Estamos equidistantes 800 quilômetros, das principais capitais aqui da região. E nesses 800 quilômetros a gente tem uma latência, que é um tempo de resposta muito baixo para atender toda a população, que são 40 milhões de pessoas que estão nessa região. 40 milhões de pessoas, para você ter uma ideia, é uma população equivalente ao país da Colômbia e ao PIB do Chile. Então temos muita demanda aqui. Esse data center vai fornecer serviços para empresas de empresas de segmentos diversos, para empresas de tecnologia também que vão poder colocar seus serviços lá e vender serviços em nuvem, para as grandes empresas de nuvem pública que também poderão colocar serviços aqui e oferecer melhores serviços aqui para a população, assim como empresas de segmentos diversos, empresas de telecom, provedores de internet e também o setor público, os governos. Então, de forma geral, ele vai atender, ele vai propiciar vários serviços e vai funcionar como um grande centro de logística oferecendo melhores serviços de tecnologia aqui para a nossa região.

Daniel Gomes - Presidente da Atlantic Data Center


Veja, é muito importante e vou te dar uma resposta curta e direta. Você vai fomentar vários setores, o setor da economia digital, principalmente, um casamento perfeito com o porto digital, você vai fomentar a parte logística, ou seja, você vai ter empresas trazendo equipamentos, Você vai fomentar a parte de mão de obra, serviços profissionais, criar empregos, criar novos rumos para, por exemplo, jovens aprendizes. Então você tem uma série de benefícios que estão conectados à implantação desse ecossistema digital aqui em Pernambuco.

Joselito "Joe" Bergamaschine - Vice-presidente da Atlantic Data Center

Fotos: Taciana Paranhos