Taís Paranhos: Exemplo de inclusão: Janeiro de Grandes Espetáculos tem primeira peça estrelada por ator autista

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Exemplo de inclusão: Janeiro de Grandes Espetáculos tem primeira peça estrelada por ator autista

O público lotou o Teatro Barreto Jr, na noite de sábado (18/01) para a apresentação da mostra Janeiro de Cenas Curtas, que faz parte da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos. O festival internacional de teatro, dança, circo e música de Pernambuco deu um show de inclusão ao colocar em sua programação o primeiro espetáculo estrelado por um ator autista mirim. Benjamin Brito, de 10 anos, interpretou o leãozinho Simba, criança, na primeira cena: Simba e Nala Vão Passear, voltado ao público infantil.

Muito à vontade no palco, com total acolhimento do elenco, produção e direção, o ator Benjamin Brito (foto acima) deu vida ao leãozinho herdeiro do trono de Mufasa (Lipe Brandão). Protegido pelo mordomo do rei Zazu (Malu Paixão), Simba (Benjamin) foge com a amiga Nala (Belinha Mendes) para o Cemitério dos Elefantes, lugar proibido no reino. No caminho, o leãozinho e a amiga passam por várias aventuras e perigos, entre elas o encontro com as terríveis hienas. Os diálogos foram intercalados por muita música e dança.

A direção geral e, de teatro, e a adaptação foram de Luciana Alves. Coreografia de Luciana Alves e Matheus Barbosa. Maquiagem de Clara Moura. A produção e o elenco foram da L.A Espaço Artístico e Cultural. Ter Benjamin no elenco foi um grande exemplo de inclusão, uma forma de mostrar que os autistas podem conquistar espaço em várias áreas, incluindo as artes. Foi a primeira peça profissional encenada por Benjamin, que começou a fazer aulas de teatro no ano passado.

Os pais do ator atípico comemoraram essa grande conquista. Ainda bem pequeno, recebeu o laudo de autista não verbal, mas não desistimos”, disse a mãe de Ben, a produtora de eventos Raquel Brito. “Ben é uma explosão de resiliência, com muita terapia e dedicação conseguiu não só falar, mas atuar, cantar e encantar! Desde menorzinho recebe vários convites para ser garoto propaganda de empresas inclusivas”, completa orgulhosa. O pai de Ben, o advogado Franklin Façanha, também comemora. “O fator decisivo para mais essa conquista do nosso filho foi o fato das crianças e jovens do grupo de teatro terem sido inclusivos e muito receptivos com ele”, disse agradecido. Ele também elogiou a diretora Luciana Alves por ter acreditado e dado oportunidade a Benjamin. “Ela nunca disse: Ele não consegue… Só disse: Vai!. Precisamos de mais pessoas sensíveis como Tia Lu, como Ben a chama carinhosamente", afirmou, Franklin.