Ano novo, vida nova e o mês de janeiro é ideal para começar colocar em prática aquelas metas estabelecidas para o novo ano. Uma delas, cuidar da saúde e sair do sedentarismo iniciando a prática de atividade física. Mas, para os pacientes que possuem doenças nas valvas do coração, antes de começar a frequentar a academia ou iniciar os exercícios ao ar livre é necessário passar por uma avaliação médica.
Segundo a cirurgiã cardiovascular, Dra. Fabiana Oliveira, as valvopatias são alterações nas valvas do coração que podem ser congênitas, quando os pacientes nascem com elas; adquiridas, como na febre reumática, ou ainda degenerativas, que são desenvolvidas com a idade avançada. A características em comum da grande maioria das valvopatias são as manifestações clínicas induzidas pelo esforço físico, como dor torácica, falta de ar e/ou limitações funcionais.
Essas alterações incluem condições como o estreitamento (ou estenose) e o fechamento inadequado (ou insuficiência) das valvas cardíacas que podem levar a sintomas como falta de ar, cansaço excessivo, dor no peito e palpitações, especialmente durante atividades físicas mais intensas.
“Nos pacientes valvopatas, a prática regular de exercícios físicos, deve ser estimulada e quando permitida, proporciona manutenção ou até melhora da aptidão física, fator importantes para o seguimento a longo prazo do paciente, porém deve ser feita com acompanhamento de profissionais capacitados a fim de individualizar o treinamento e evitar complicações ou efeitos adversos’, esclarece.
Um dos problemas no seguimento clínico dos pacientes com valvopatias é que a doença tem longa evolução. Os sintomas e limitações funcionais podem ter lenta instalação e progressão, o que pode levar o paciente a, espontaneamente, reduzir a sua prática de atividade física, em virtude de sintomatologia aos esforços.
Para o especialista, a gravidade dos sintomas pode ser utilizada como um dos critérios para contra indicar a prática de exercícios, assim como para indicar intervenção, seja ela cirúrgica ou percutânea. “Ao se recomendar atividade física e esporte, o médico deve considerar as características da atividade proposta, associada ao tipo de valvopatia e sua gravidade. Uma das formas de se classificar esporte/atividade física é pelo tipo de exercício e pela intensidade empregados em sua prática”, conclui.
Em grandes centros, existem programas de reabilitação cardiovascular que permitem um acompanhamento individualizado, mas que ainda é caro para boa parte da população. Portanto, para pacientes com valvopatias, a prática de exercícios físicos deve ser estimulada, quando liberada pelo médico especialista, porém com critério, individualizada e com acompanhamento profissional específico para esse tipo específico de paciente.
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