Esperança, vem aí mais uma etapa a ser vencida
Olá leitores do #SendoProsperidade aqui no blog da Taís Paranhos, trago logo os meus votos de um feliz 2025 e, junto com ele, poesia, para aliviar a mente e a alma e, consequentemente, o corpo, abrigo destas e nosso. Os três juntos, formam a nossa base de sustentação e precisam estar equilibrados. Como em uma construção, essas colunas (corpo, mente e alma) precisam estar firmes e saudáveis a fim de dar o suporte necessário para nos mantermos de pé.Tudo é uma questão de treino e aprendizado. Cultivando os cuidados com corpo, mente e alma, conseguiremos atingir um estado de equilíbrio entre os três pilares – o que é essencial para garantir bem-estar e saúde de forma integral. Para isso, é preciso cultivar bons hábitos, praticar ações, valores e pensamentos que nos mantenham no caminho saudável.
Vamos ao poema e depois procurar entendê-lo melhor?
Esperança – Mário Quintana
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
Uma pausa, uma respiração para digerir a beleza do que foi lido até agora e por fim, mas não por último, concluir que Esperança é um poema que versa sobre a importância e a beleza deste singular sentimento.
No primeiro verso, percebemos que o poema se insere no mês de dezembro, representado metaforicamente como o “décimo segundo andar do Ano”.
As “sirenas”, as “buzinas” e os “reco-recos” sugerem as festividades que ocorrem nesta época e precedem o início de um novo ano,uma vez que também provocam barulhos assim como o estampido dos fogos.
O eu lírico, pois, personifica a esperança e diz ela ser uma “louca”, que vive no tal “décimo segundo andar do Ano”.
Naturalmente, quer isto dizer que tal época evoca em nós este sentimento personificado, posto que nos sentimos esperançosos com a chegada de um novo ano, que a muitos de nós é enxergado como um tempo de renovações, recomeços e transformações.
Sendo assim, vemos no poema que a Esperança fantasia atirar-se do alto de tal Ano (um prédio?), em descida que pode ser interpretada como a passagem do ano, como um retorno ao “primeiro andar” (primeiro mês).
Já na calçada, torna ela a ser criança, “uma meninazinha de olhos verdes”, o que nos sugere simultaneamente as ideias de recomeço, de pureza e, mais uma vez, de esperança, uma vez que o verde do olhar sugere isso.
Finalmente, impressionado com o pouso milagroso, o povo pergunta-lhe o nome, e Esperança, que parece ter de repeti-lo sempre, o faz vagarosamente, para que não esqueçam.
Vemos que Esperança, tida como uma “louca”, transforma-se numa afável criança de olhos verdes, que enfim parece mais consciente que o próprio “povo”, sempre a lhe esquecer o nome.
Quer dizer: parece que todos nós, no decorrer do ano, esquecemos da importância de ter esperança em nossas vidas, esquecendo que temos de nutrir este sentimento. A esperança nos ajuda a lidar e, consequentemente , a superar o medo e a insegurança. Para nós, cristãos, a esperança se traduz no próprio Cristo, que venceu a morte e ressuscitou.
A esperança também se apresenta, para nós, como uma virtude. O Papa Francisco caracteriza a esperança como a menor e mais humilde das virtudes, e, ao mesmo tempo, a caracteriza como a mais forte, além de nos dizer que a esperança é uma virtude concreta, que nunca nos desilude. O que podemos comprovar na carta de São Paulo aos Romanos (cap. 5:5), quando nos é falado que “a esperança não engana”, é essa a certeza que devemos ter em nossos corações nos tempos de tribulações e incertezas.
E é dessa forma que eu reitero os meus votos de um Feliz 2025!!!
Mariângela Borba é jornalista profissional, social media, Produtora Cultural e especialista em Cultura Pernambucana pela Fafire.