Natal, festa para Jesus ou pagã?
Qual a origem da festividade?
Mariângela Borba
Olá gente linda que acompanha o #SendoProsperidade também aqui no blog da Taís Paranhos. Tudo bem? Estou de volta com o lema: positividade sempre nas nossas vidas! É com muita alegria que, após um breve intervalo, neste domingo da alegria, ou, domingo Gaudete, retorno com a coluna Sendo Prosperidade aqui no blog da querida Taís Paranhos.
Mas por quê Domingo da alegria?
Essa expressão “gaudete” está no imperativo plural do verbo latino “gaudere”, que significa “alegrar-se”. Dessa maneira, “gaudete” traduz-se por “alegrai-vos”. Trata-se, justamente, da primeira palavra retirada da antífona de entrada da Santa Missa celebrada desse dia: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! " Falta, apenas , uma semana. Essa oração foi retirara da carta da São Paulo aos Filipenses (cf. Fl 4,4-5). Não foi à toa que o anjo de Deus disse a Virgem Maria: Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo. A causa da alegria da Virgem Maria não é outra senão a proximidade de Deus.
Segundo a Fé Cristã, o Natal comemorado no dia 25 de dezembro, celebra o nascimento de Jesus Cristo, a figura mais importante do Cristianismo. Mas a cultura romana seria a responsável por definir a data, que coincide com a Saturnália (culto ao deus Saturno). O dia 25 de dezembro foi escolhido por coincidir com o solstício de inverno no Hemisfério Norte, que, segundo a geografia, é conhecido como a "noite mais longa do ano". Naquela época, o calendário seguido era o juliano. A data simbolizaria justamente que Cristo é a luz do mundo.
E foi assim que o Natal se transformou numa festa que mistura tradições de muitas origens com um consumismo desenfreado que, apesar do comércio eletrônico, continua mobilizando as ruas das cidades. As luzes, as árvores, as compras, as feiras e o jantar da firma talvez não nos deixem ver o principal: o Natal é uma festa religiosa, em que os cristãos celebram o nascimento de Jesus. Mas, se pesquisamos um pouco mais, vemos que sua origem se perde na Antiguidade, nas primeiras e remotas crenças humanas, às quais, ao longo dos séculos, foram se incorporando novas tradições. Desde o Império Romano, o Natal tem sido uma luta entre elementos religiosos e pagãos, entre a festa e a liturgia, que se prolonga até às lojas.
O historiador Richard Cohen, da universidade hebraica de Jerusalém, o relata, em seu livro Persiguiendo el Sol: La historia épica del astro que nos da la vida (perseguindo o sol: a história épica do astro que nos dá a vida) que “praticamente todas as culturas têm uma forma de celebrar esse momento”. “O aparente poder sobrenatural para governar as estações, que se manifesta nos solstícios, inspirou reações de todos os tipos: ritos de fertilidade, festivais relacionados com o fogo, oferendas aos deuses”, afirma Cohen. Nessa mesma época do ano, em meados de dezembro, os antigos romanos festejavam a Saturnália, festival em que eles ofereciam presentes entre si, mas também trocavam os papéis sociais, uma mistura entre nosso Natal e o Carnaval.
E por quê 25 de dezembro?
Os historiadores não sabem com precisão quando o Natal surgiu, embora exista uma teoria que aponte o papa Júlio como criador dessa festividade, em 350. Acredita-se que, em algum momento, entre os séculos II d.C. e IV d.C.é quando começou a convencionar-se a o nascimento de Jesus Cristo no dia 25 de dezembro.
Papai Noel
Quanto ao Papai Noel, o antropólogo francês Claude Lévi-Stauss (1908-2009), afirmou ser muito confusa a sua origem, a começar pelos nomes que lhes são dados: São Nicolau, Santa Claus, Papai Natal, Papai Noel… Para ele, essa figura que conhecemos é uma invenção da modernidade, assim como a crença de que mora no polo Norte e anda num trenó puxado por renas. Em sua pesquisa sobre o Natal, Lévi-Strauss faz uma analogia entre a figura de Papai Noel com a de alguns mitos, como o dos índios do sudoeste dos Estados Unidos, a Kachina – espírito que encarna divindades ancestrais, que voltam periodicamente para punir ou presentear as crianças, dependendo do comportamento delas durante o ano. São pessoas da própria aldeia que, fantasiadas e mascaradas, se transformam nas Kachinas.
O tal bom velhinho de roupas vermelhas e faces rechonchudas só foi criado no século 19, nos Estados Unidos. Dizem também que foi o poeta Clement Clark Moore (1779-1863), estadunidense de tradição protestante, quem o criou. Em um poema escrito em 1822, ele falou da figura do velhinho com um saco de presentes nas costas, como sendo o Papai Noel.
Àrvore de Natal
Já a árvore de Natal, esta remonta ao fato de que a árvore é um símbolo importante para quase todas as religiões, as mais antigas. No entanto, as primeiras árvores decoradas de que se tem notícia surgiram na Alemanha do século 16, época da reforma religiosa.
Contudo, nós, os cristãos, temos direito de nos alegrar, mesmo diante das tristezas do mundo; temos o dever de manter a esperança, mesmo quando as possibilidades humanas fracassam; temos a oportunidade de continuar esperando ainda quando os nossos cálculos se mostrem errados. Porque nossa esperança e certeza não se fundam em nós nem em nossas possibilidades, mas naquele que vem, naquele que o Pai do céu nos envia, naquele que nunca conseguiremos conhecer totalmente, o Santo Messias, o Pai, Jesus, nosso Deus-Salvador. Sendo uma festa cristã, é vista universalmente por pessoas dos diversos credos como o dia consagrado à reunião da família, à paz, à fraternidade e à solidariedade entre os homens.
Natal
Do latim ‘natális’, derivada do verbo ‘nascor, nascéris, natus sum, nasci’, significa nascer, ser posto no mundo. Como adjetivo, significa também o local onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa. Em inglês, a palavra ‘Christmas’ (Natal) provém das palavras latinas ‘Cristes maesse’, em inglês ‘Christ’s Mass” significa missa de Cristo. De ‘natális’ deriva também ‘natureza’, o somatório das forças ativas em todo o universo.
Outros povos da antiguidade também celebravam a data, seja pela chegada do inverno ou pela passagem do tempo. Como por exemplo os mesopotâmicos, que celebravam o “Zagmuk”, uma festa pagã em que um homem era escolhido para ser sacrificado. Isso porque eles acreditavam que no final do ano alguns monstros despertavam.
A promessa que acompanha o Nascimento de Cristo é a promessa da felicidade sem fim. Ora, desde os gregos, a filosofia já aponta que a finalidade última do homem é ser feliz. Em busca da felicidade é que as pessoas fazem todas as outras coisas.
A felicidade é chamada de fim último, bem em si mesmo. Não se busca ser feliz para conseguir outra coisa. A felicidade é o ponto de chegada e tudo o mais são meios. Ao nascer, a presença de Deus veio destruir o mal. O verdadeiro sentido do Natal é rico e convida as pessoas a fazerem uma revisão de suas próprias vidas.
O sentido do Natal é que Deus brilha na escuridão e visita o homem na dor e na pobreza. É preciso renovar as esperanças de que, em meio às ondas tempestuosas, a ajuda virá. Um ato de fé é preciso, mesmo em meio a decepções e escândalos. Lembremo-nos sempre da história da Família de Nazaré em condições tão adversas. José e Maria não desistiram. Não desistamos também!
Mariângela Borba é jornalista, social media, Produtora Cultural e especialista em Cultura Pernambucana.