O câncer de pele é o tipo de neoplasia maligna mais comum no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país. Na região Nordeste, a alta incidência de radiação ultravioleta (UV) contribui para elevadas taxas da doença, resultando em um número significativo de internações hospitalares.
De acordo com um estudo publicado no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, foram registradas 5.759 internações relacionadas ao câncer de pele no Nordeste entre 2019 e 2023. Pernambuco lidera em número de hospitalizações, com 1.782 casos. Os dados, obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), mostram que a maioria dos pacientes internados tinha mais de 40 anos, sendo a faixa etária de 60 a 69 anos a mais afetada.
Outro dado relevante vem do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que estima a ocorrência de mais de 220 mil novos casos da doença por ano no Brasil. Desse total, cerca de 85% são do tipo não melanoma, geralmente menos agressivo, enquanto os outros 15% correspondem ao melanoma, conhecido por sua alta letalidade.
O oncologista Diogo Sales, da Oncoclínicas Recife, destaca que o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura. “É importante observar sinais que crescem, coçam, sangram ou não cicatrizam. Alterações como assimetria, bordas irregulares, cores variadas ou dimensões acima de 2 centímetros devem ser investigadas com urgência”, alerta o especialista. O oncologista reforça que, apesar do autoexame ser importante, é indispensável realizar consultas regulares com um especialista.
“Ter um acompanhamento especializado é fundamental para o enfrentamento dessa doença, que, apesar de ser a mais incidente no Brasil, apresenta altas taxas de cura quando diagnosticada e tratada precocemente”, conclui Sales, apontando que, quanto mais cedo a lesão for detectada, menor será a probabilidade de o paciente necessitar de internação.
Fatores de risco e o avanço da imunoterapia
Sales esclarece que embora pessoas de pele clara sejam mais vulneráveis, todos devem se proteger, independentemente do tom de pele. “No passado, o conhecimento sobre os riscos da exposição solar era limitado. Hoje, sabemos que a exposição excessiva é a principal causa desse tipo de câncer”, afirma o médico.
Por isso, o especialista reforça a importância de adotar medidas preventivas, como evitar o sol nos horários de maior intensidade (entre 10h e 16h), usar protetor solar com fator de proteção adequado, optar por roupas com proteção UV, além de chapéus e óculos escuros.
Além das iniciativas de conscientização, a medicina tem avançado significativamente no tratamento do câncer, oferecendo novas esperanças, principalmente para casos mais graves da doença. Segundo Diogo Sales, tumores em estágio inicial são tratados, na maioria das vezes, com cirurgia. Já nos casos avançados, a imunoterapia vem se destacando como uma alternativa eficaz.
“Diferentemente da quimioterapia, a imunoterapia estimula o sistema imunológico a combater o tumor, apresentando menos efeitos colaterais e, frequentemente, resultados surpreendentes, incluindo a cura em pacientes com melanoma avançado”, explica o oncologista.
Quanto mais cedo, melhor
Para apoiar a conscientização sobre o câncer de pele, ao longo dos meses de dezembro a fevereiro estará no ar a campanha “Quando você se cuida, sua saúde sente na pele”, da Oncoclínicas&Co. A ação promove conteúdos informativos e estimula a realização de exames e consultas em dia. Com ativações em redes sociais, ambientes físicos e anúncios nas grandes mídias, a iniciativa tem como objetivo incentivar o diagnóstico e o tratamento precoces, aumentando assim as chances de cura. Para mais informações, acesse: https://cuidarsemlimites.com.br/verao-laranja/.