O câncer infantojuvenil é diferente do câncer em adultos, pois não está associado a causas externas, como exposição ao sol, tabagismo e sedentarismo. Por essa razão, não existem medidas de prevenção nesta faixa etária. Sua causa geralmente está ligada a alterações celulares, levando ao crescimento desordenado de algumas células do organismo. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre 2023 e 2025, aproximadamente 8 mil novos casos de câncer infantojuvenil devem surgir no Brasil, representando um desafio significativo para o sistema de saúde. Nos últimos 40 anos, os índices de cura desse tipo de câncer não apresentaram melhoras significativas no país, o que reforça a necessidade do diagnóstico precoce, da garantia de tratamentos adequados e do apoio às famílias afetadas.
A pediatra Gabriela Oliveira, credenciada ao Cartão São Gabriel, explica que o diagnóstico de câncer em crianças varia conforme o tipo suspeito. “Em casos suspeitos de leucemia, por exemplo, o primeiro passo pode ser um hemograma; para tumores no sistema nervoso central, exames de imagem como tomografia ou ressonância são indicados; e para linfomas, geralmente, é realizada uma biópsia do tumor. O câncer infantojuvenil pode ser causado por alterações no DNA, que podem ser herdadas de um dos pais ou resultar de mudanças genéticas que ocorrem no início da vida da criança, muitas vezes antes do nascimento,” destaca a especialista.
A detecção precoce é essencial para aumentar as chances de cura, tornando a conscientização sobre os sinais e sintomas do câncer infantil fundamental. A especialista orienta que pais e responsáveis estejam atentos a sinais como: dores persistentes, hematomas sem explicação e cansaço excessivo, que podem indicar problemas mais sérios. Além disso, a pediatra também destaca as chances de cura, quando detectado e tratado precocemente. “Cerca de 80% das crianças e adolescentes diagnosticados cedo e tratados em centros especializados em oncologia pediátrica podem ser curados. Diferente do câncer em adultos, que pode ser prevenido em alguns casos, o câncer infantil não tem uma prevenção primária; a única prevenção possível é a secundária, por meio do diagnóstico precoce,” finaliza.