terça-feira, 26 de novembro de 2024

Antonio Nóbrega abre programação natalina do Recife com concerto no Dona Lindu


O multiartista Antonio Nóbrega está de volta ao Recife para um momento especial: ele será a atração principal do concerto de abertura da programação natalina da cidade, neste próximo domingo (dia 1 de dezembro), às 19h, na área externa do Parque Dona Lindu. Ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), sob a regência do maestro Lanfranco Marcelletti Jr., Nóbrega apresentará um repertório que promete emocionar o público com sua diversidade e riqueza cultural.

Compositor, instrumentista, intérprete e dançarino, Nóbrega expressou seu prazer em participar desse evento especial. “São duas alegrias: me apresentar em minha cidade e tocar com a Orquestra Sinfônica do Recife, com quem já toquei algumas vezes no início da minha carreira. Apresentar-me com essa orquestra no ambiente público é algo muito especial”, destacou o artista.

Nóbrega, que tem uma trajetória marcada por espetáculos inovadores e pela valorização da cultura brasileira, ressaltou que o repertório será majoritariamente composto por suas obras, com destaque para composições criadas em parceria com Wilson Freire e Bráulio Tavares. Clássicos de outros autores também estarão presentes, como “Serenata Suburbana”, de Capiba, e o icônico “Trenzinho Caipira”, de Villa-Lobos, que ele interpretará em uma versão cantada e cirandeira.

“Serenata Suburbana” é uma música que eu não canto há muito tempo, mas senti vontade de cantá-la. É algo nostálgico, que toca fundo nas pessoas. Acho que vai ficar bonito no ambiente do Parque Dona Lindu”, comentou.


Além disso, o espetáculo contará com a participação especial do bandolinista Marcos Cézar, que se juntará a Nóbrega para uma interpretação única do “Primeiro Movimento do Concerto Ré Menor”, de Bach, originalmente composto para violinos, mas adaptado para bandolins nesta apresentação.

Ainda dentro das composições selecionadas para o espetáculo, destaca-se Clovinho no Frevo, obra criada pelo maestro Clóvis Pereira em homenagem a seu filho, Clóvis Pereira Filho, o Clovinho. O momento ganha um significado especial nesta edição, pois Clovinho, que também é o spalla da OSR, estará no palco ao lado de Nóbrega, interpretando a peça que leva seu nome. A apresentação será marcada por um toque de saudade, já que o maestro Clóvis Pereira, uma das figuras mais icônicas da música brasileira, faleceu recentemente, deixando um legado inestimável.

Para o artista, que não se apresenta com frequência na capital pernambucana fora do Carnaval, este concerto será uma oportunidade de reconexão com o público recifense. “A alegria é redobrada por estar de volta, tocando para o meu público no Recife”, finalizou.
O concerto é gratuito e faz parte de uma ampla programação que celebra o Natal no Recife, reforçando o compromisso da cidade com a valorização de sua cultura e tradições.

Repertório:
Abertura: Suíte Nordestina (Maestro Duda)
Ponteio acutilado (Antonio Nóbrega)
Tirando a Casaca (Antonio Nóbrega)
Clovinho no frevo (Clóvis Pereira)
Primeiro movimento do Concerto ré menor de Bach. (Escrito originalmente para dois violinos, será tocado por bandolins por Antonio Nóbrega e Marcos Cézar, convidado especial)
Triunfando (Marcos Cézar-João Lira)
Minha voz não silencia (Antonio Nóbrega-Wilson Freire)
Serenata Suburbana (Capiba)
Mateus embaixador (Antonio Nóbrega)
Chegança (Antonio Nóbrega-Wilson Freire)
Trenzinho caipira (Villa Lobos), em versão cantada e cirandeira
Carrossel do destino (Antonio Nóbrega-Bráulio Tavares)
Despedida (Antonio Nóbrega)

O artista
Antônio Nóbrega, nascido no Recife, Pernambuco, em 1952, é violinista, compositor, ator e dançarino, reconhecido por sua contribuição à cultura brasileira. Iniciou sua trajetória artística como violinista, participando das orquestras de Câmara da Paraíba e Sinfônica do Recife. Em 1971, integrou o Quinteto Armorial, criado por Ariano Suassuna, que buscava mesclar música de câmara e raízes populares. A partir de 1976, passou a criar espetáculos que uniam música, dança e teatro, como Brincante, Madeira Que Cupim Não Rói e Na Pancada do Ganzá. Apresentou-se em festivais internacionais, como o de Avignon, na França, e em cidades da Europa e América.

Fundou, ao lado de sua esposa Rosane Almeida, o Instituto Brincante, em São Paulo, espaço dedicado à difusão da cultura brasileira. É autor de espetáculos e séries que destacam danças e ritmos tradicionais, como o frevo e o maracatu. Recebeu prêmios de destaque, como o Shell, TIM e APCA, além da Comenda do Mérito Cultural. Em 2014, foi homenageado no Carnaval do Recife e estrelou o filme Brincante, premiado como Melhor Documentário pela Academia Brasileira de Cinema. Atualmente, dedica-se a novos projetos artísticos e à escrita de ensaios sobre a cultura brasileira.