Na última sexta-feira, o deputado estadual Renato Antunes se manifestou publicamente em defesa da realização de intervalos bíblicos nas escolas da rede estadual de Pernambuco, após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) receber denúncias questionando a prática. Antunes, que tem seu mandato pautado na área da educação, subiu o tom em suas críticas durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, lamentando a postura de instituições que tentam proibir esses encontros voltados para a discussão de fé e esperança entre os jovens.
A polêmica surgiu após o MPPE reunir-se com representantes da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). No encontro, o sindicato apontou que denúncias recebidas se referem à realização de cultos religiosos, supostamente evangélicos, dentro de escolas públicas sem a participação de outras crenças, o que poderia violar o princípio de laicidade do ensino. A prática, segundo as denúncias, ocorre sem a supervisão de funcionários da escola, sendo organizada pelos próprios alunos.
Renato Antunes, por sua vez, criticou duramente os questionamentos à prática. “Será que preferem que os jovens usem maconha e drogas ao invés de falar sobre fé e esperança em nossas escolas?”, disse o parlamentar em sua live, destacando que a iniciativa parte dos próprios estudantes e que não há imposição ou exclusão de outras crenças. Para o deputado, momentos como esses contribuem para o desenvolvimento moral dos jovens, oferecendo uma alternativa positiva dentro do ambiente escolar.
O parlamentar, que tem visitado escolas por todo o estado com a sua “Caravana Por Mais Educação”, destacou ainda que seu trabalho busca fortalecer o sistema de ensino público, e que os intervalos bíblicos são uma ferramenta que pode colaborar nesse processo. Desde o início de seu mandato, Antunes tem percorrido diversas regiões de Pernambuco com o projeto, que visa ouvir as demandas das comunidades escolares e promover melhorias no setor educacional. Segundo o deputado, os intervalos religiosos têm um papel importante no bem-estar dos alunos, reforçando valores de esperança e convivência saudável no ambiente escolar.
Enquanto isso, o MPPE continua apurando as denúncias. O promotor Salomão Ismail Filho, da 22ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação da Capital, solicitou que a Secretaria de Educação forneça mais informações sobre os cultos e que o Sintepe apresente uma lista das escolas onde as atividades estão ocorrendo. A questão deverá passar por análise para verificar se há algum desrespeito às normas que regem a liberdade religiosa e a laicidade nas escolas públicas.
O debate sobre a realização de encontros religiosos nas escolas estaduais promete se intensificar nos próximos dias, com a sociedade civil e representantes políticos se posicionando sobre o tema.