segunda-feira, 30 de setembro de 2024

São Gens: 15 anos de história de um teatro periférico-marginal


O Grupo São Gens de Teatro completa neste ano 15 anos de atividades artísticas ininterruptas sobre a poética marginal e vem escoando através de seus espetáculos o discurso periférico-marginal por diversos estados brasileiros. Seu atual trabalho Narrativas Encontradas Numa Garrafa Pet na Beira da Maré já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Ceará, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Sul, chegando também no interior de Pernambuco como Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns e Serra Talhada.

O grupo pernambucano vem demonstrando ao longo de todos esses anos um trabalho sólido, com um comprometimento acerca da poética marginal, realizando ações que retiram os corpos periféricos-marginais da invisibilidade, conferindo protagonismo em suas histórias. Em que já dizia a canção de Cidinho e Doca, “eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci, e poder me orgulhar, e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”.

É nesta construção que o grupo São Gens de Teatro irá realizar uma Circulação Internacional no mês de Outubro que conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura em Portugal, passando por duas cidades: Pombal e Idanha a Nova, desaguando a cultura periférica, onde exalta os sabores e insumos da margem e através do embalo de seus ritmos fala sobretudo da potente resiliência de seus corpos.

Grupo majoritariamente formado por pessoas pretas, pobres, periféricas e dissidentes de gênero, rompendo os estigmas sociais alçam voo e vão com suas histórias para Portugal. Assim, a peça é criada a partir da vivência do ator e dramaturgo Anderson Leite e sua família, na comunidade ribeirinha da Ponte do Pina (Recife/PE), na qual encontram a subsistência por meio da pesca de Marisco e Sururu. Com as narrativas que atravessam todos que partilham daquele espaço para morada e/ou sustento, o dramaturgo dá vida a uma montagem que visa discutir temas importantes da sociedade contemporânea, tais como: o racismo, homofobia, racismo, violência policial na favela, a solidão da mulher preta, a intolerância religiosa e a desigualdade social. Por outro lado, a montagem também exalta a potência criativa da periferia, a resiliência, o povo preto brasileiro, o protagonismo da mulher preta da/na comunidade, as belezas da margem e a cultura da periferia.

Com isso, a montagem busca provocar reflexões, com o objetivo de suscitar que tais problemas sejam banidos do convívio social, além de provocar, através de suas obras, o poder público e sociedade civil para que as narrativas marginais tenham seu espaço e que se desconstrua diversos estereótipos direcionados aos marginalizados.

O espetáculo conta com a dramaturgia e encenação de Anderson Leite que também integra o elenco junto com André Lourenço, Fagner Fênix, Hblynda Morais e Monique Sampaio. A direção musical é de Monique Sampaio e Arnaldo do Monte, figurino de André Lourenço, operação de luz e som por Cristiano Primo e a realização e produção do Grupo São Gens de Teatro. 


Serviço:

09 de Outubro 
Festival de Pombal – Pombal – Portugal (PRT)

11 de Outubro 

Festival de Idanha a Nova – Idanha a Nova – Portugal (PRT)
 
Horário: 19h