quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Ressecamento da região íntima: indústria desenvolve solução para um dos sintomas mais comuns do climatério e da menopausa


O fim da idade reprodutiva, marcado pelo climatério e menopausa, é um período de mudanças e adaptações no organismo, que ainda assusta a maioria das mulheres. Uma das principais alterações que podem ocorrer nesse período é o ressecamento tanto da vulva (área externa do aparelho reprodutor) quanto da vagina (canal interno), sintoma que tem sido acompanhado com atenção pela indústria farmacêutica brasileira.

O climatério, período de transição da fase fértil para a não reprodutiva, ocorre com a diminuição das funções ovarianas e produção de hormônios. Já a menopausa é a última fase do climatério, com o fim permanente das menstruações, da ovulação e da fertilidade. 

Ao longo dessa transição, sintomas como o ressecamento vulvar e vaginal podem ocorrer, gerando preocupação e desconforto. Por isso, os hidratantes para a região vulvar têm atuado como protagonistas na missão de manter a vulva úmida e preservar o pH vaginal, em meio aos desafios das mudanças hormonais que afetam o público feminino dos 40 aos 65 anos.

“Diferente dos produtos hormonais para tratamento ginecológico e geralmente aplicados diretamente no canal vaginal, um dermocosmético específico para a vulva auxilia no cuidado diário com uma área do corpo que recebe diversos impactos da rotina diária, ao sentar, correr e usar roupas por muitas horas seguidas”, destaca o doutor Luís Gerk, ginecologista, mastologista e gerente médico da União Química, laboratório que atua há 87 anos no mercado farmacêutico e é um dos pioneiros neste segmento no Brasil.

Além do ressecamento vulvar e vaginal, entre os sinais físicos do climatério e da menopausa estão as temidas ondas de calor, com suores noturnos, cansaço, dores nas relações sexuais, incontinência urinária, pele seca, queda de cabelo, perda de massa muscular e ganho de gordura.

Já na esfera psicológica, a sintomatologia desse ciclo inclui insônia, cansaço mental, redução da libido, esquecimento, dificuldade de concentração, ansiedade e mudanças repentinas de humor.

*O que fazer para resolver o ressecamento?*
De acordo com a Diretriz Europeia para Tratamentos de Doenças da Vulva, a primeira recomendação geral – válida para qualquer idade - é evitar a aplicação, na vulva, de sabonetes comuns, xampus ou hidratantes de uso corporal geral. 

Esses produtos levam em sua composição álcool e aditivos (como emolientes, corantes e fragrâncias). Portanto, não são indicados para sua área íntima.

A entidade indica que sejam utilizados, nessa região, itens específicos e que não provocam coceira, descamação ou mudança no pH (nível de acidez).

Formulação e atuação no organismo
Por isso, na composição dos dermocosméticos para hidratação da vulva, há substâncias como o ácido hialurônico, o dexpantenol e a manteiga de karité, que acelera a reparação da pele. Esse tipo de hidratante comprovadamente protege e atua na firmeza e produção de colágeno, com fator antienvelhecimento. 

Testes clínicos realizados com mulheres brasileiras indicaram que após o 28º dia de hidratação diária, o pH cutâneo se manteve inalterado. Além disso, os hidratantes promovem sensação prolongada de conforto e preveniram quadros severos de ressecamento, descamação e prurido. 

Com relação à vida íntima, os testes de interação com preservativos apontaram, também, que esses produtos não alteram a integridade do látex ou provocam qualquer tipo de reação no parceiro.

*Ressecamento íntimo exige cuidados*
A hidratação da vulva é uma necessidade para as mulheres em qualquer idade, especialmente em locais muito quentes. Mas no climatério e menopausa esse cuidado precisa ser redobrado devido às mudanças na área íntima, causadas pela redução na produção de hormônios femininos. 

Entre os problemas mais comuns relacionados à região vulvar estão dermatites ou eczemas. Essas doenças podem afligir até 50% das pacientes com sintomas bem incômodos, como o prurido (coceira). 

Outras queixas comuns ouvidas em consultórios são as infecções, lesões, além da síndrome geniturinária da menopausa, que pode deixar a pele da vulva ressecada, mais fina e com tonalidade pálida.

A síndrome geniturinária da menopausa tem uma prevalência que varia de 36% a quase 90% entre mulheres na peri e pós-menopausa, mas também pode ocorrer em 19% das mulheres entre os 40 e 45 anos (período pré-menopausa).

Além das questões fisiológicas, a realização de procedimentos estéticos íntimos (como lasers, radiofrequência genital, ninfoplastia, clareamento e preenchimento de grandes lábios) também pode causar alteração na vulva e levar à necessidade de recuperação cutânea.

*Quem é dr. Luís Gerk?*
Luís Gerk é médico ginecologista com formação em Epidemiologia Clínica, Bioestatística e Medicina Baseada em Evidências. Tem experiência de 6 anos na indústria farmacêutica como assessor médico científico (MSL) e gerente médico de Saúde Feminina, Anestesiologia e Doenças Respiratórias. Nos últimos anos, atua na União Química, rede Líderes de Opinião, na organização de eventos científicos e elaboração de material científico.