Retomando as suas atividades de campanha, nesta segunda-feira (02), a candidata à prefeitura Recife, Dani Portela (PSOL/Rede), participou da cerimônia de lançamento da Agenda Política do Instituto Marielle Franco 2024. O evento está na sua terceira edição e trata-se de um conjunto de práticas e propostas políticas antirracistas, feministas, LGBTQIANP+, periféricas e populares para serem implementadas nas prefeituras e câmaras municipais, inspiradas nas ações deixadas por Marielle durante sua vida parlamentar e como ativista social. E Dani, como mulher negra, mãe, educadora e atuante na defesa dos direitos humanos, das mulheres, da população negra, das pessoas com deficiência e da comunidade LGBTQIAPN+, prestigiou esse momento tão importante para a construção de uma cidade mais justa para todas e todos. “O sistema político eleitoral é pensado para que nós mulheres não alcancemos. A gente tem que lutar por uma transformação política. Queremos uma reforma política profunda e nós mulheres negras temos que pautar isso em nossa marcha. Nós queremos mudar a fotografia da cidade, porque não é apenas sobre mim e sobre a minha vice Alice Gabino. Queremos mudar porque é sobre todas nós mulheres”, enfatizou a candidata.
De acordo com a diretora-executiva do Instituto Marielle Franco (IMF), Lígia Batista, este período de campanha eleitoral para vereança e prefeitura é um dos momentos mais importantes para discutir a cidade. “É através de políticas públicas construídas a partir de uma consulta popular que vamos construir a cidade que queremos. Nesses últimos anos, mais mulheres negras, cis, trans e travestis, comprometidas com os direitos humanos, entraram na política, mas ainda continuamos subrepresentadas e impactadas pela persistência da violência política de gênero e raça”, evidenciou.
Uma mesa de debate composta pela Coordenadora de Incidência e Pesquisa do Instituto Marielle Franco, Brisa Lima, a deputada estadual Robeyoncé Lima, a cientista política e ativista da Redes Mulheres Negras de Pernambuco, Myrella Santana, a jornalista e membra da Operativa Nacional da Coalizão Negra por Direitos, Mônica Oliveira e a educadora e coordenadora da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, Piedade Marques, algumas das práticas políticas de Marielle, que servem de inspiração, foram destacadas, como a ampliação de alianças com organizações do terceiro setor e instituições públicas comprometidas em garantir o acesso da população aos seus direitos. A relevância em coletivizar os objetivos, entendendo que o benefício da política deve ser coletivo e não individual, além de fomentar uma cultura política de cuidado e participação que acolha e não exclua.
No total, mais de 200 coletivos, movimentos sociais e organizações participaram desta edição em 2024, dobrando o número de participações de 2022. Essa etapa conta com a participação de consulta popular, de diversas ativistas da Rede de Sementes do Instituto Marielle Franco, articulação e fortalecimento que desenvolve ações coletivas para lutar por justiça, defender a memória e multiplicar o legado de Marielle.
O lançamento da Agenda Marielle Franco aconteceu no Auditório G4 da UNICAP Universidade Católica, no bairro da Boa Vista.
Sabatina do Porto Digital
No período da tarde, Dani Portela participou da sabatina do Porto Digital. Ela falou sobre a falta de acesso digital ser uma das grandes desigualdades da população recifense e que o setor tecnológico pode ser fundamental para o avanço da cidade. Dani também destacou a questão das cotas ser fundamental para a inclusão da população LGBTQIAPN+ neste setor. "O Porto Digital já avançou bastante na política de cotas com a população negra, que representa a maior parte da população do Recife, mas é preciso também pensar em política de cotas para população transexual e travestis. Hoje, são pessoas que não alcançam a empregabilidade. Inclusive, muitas não tiveram a escolaridade devida. Então, a política de cotas seria um olhar importante para incluir essa parcela tão significativa da nossa população, nessa política de inclusão digital.”, destacou a candidata.
“Moradia, renda e educação. Eu não vejo saída que transforme de fato a vida das pessoas sem passar por esse pilares.”, ressaltou Dani Portela em sua fala. A candidata ainda destacou a necessidade de geração de emprego, trabalho e renda. “Eu não acredito em nenhuma transformação sem investimento na educação. Tanto que o embarque digital já olha para a oferta de bolsas, para que as pessoas possam fazer cursos na área de tecnologia. E não podemos olhar para essas pessoas apenas nos cursos técnicos e superiores, mas precisamos pensar em uma educação integrada, que venha desde a creche até a formação superior.”, finalizou.