quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Cineclube Casa Zero exibe filmes sobre a criminalização da maconha


Neste domingo (22), a partir das 16h, o Cineclube Casa Zero exibirá três filmes que abordam a história do consumo de cannabis no Brasil e o processo de sua criminalização. Após as exibições, Danilo Barros conduzirá um debate, aprofundando as discussões sobre as políticas de repressão e encarceramento de usuários. A entrada é gratuita.

“O THCine é uma atividade coletiva promovida pela Marcha da Maconha, com o objetivo de fomentar debates em diferentes territórios. Para o Cineclube Casa Zero, escolhemos os filmes Dirijo, Maconha e Vanguarda Brasileira e Animação sobre a Guerra às Drogas. Com essa exibição, buscamos entender o contexto do uso de drogas, especialmente da maconha no Brasil, e discutir as histórias e paradigmas por trás de sua proibição, além das consequências para a sociedade", explica Danilo Barros, servidor público e militante.

Segundo Neco Tabosa, curador do Cineclube Casa Zero, o projeto se propõe a desconstruir equívocos e desinformação sobre o tema. "O Cineclube é um espaço de construção de conhecimento, oferecendo informações que, muitas vezes, foram negadas ou distorcidas para a sociedade. As produções desta edição certamente irão surpreender o público."

A entrada é gratuita, mas os lugares no Auditório Urbano Vitalino são limitados. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes do início do evento. O local é acessível, com elevador para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, e o debate contará com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

O projeto é financiado pela Prefeitura do Recife e pelo Governo Federal, através do Edital Geraldo Pinho, e utiliza recursos da Lei Paulo Gustavo. A cada quinze dias, o Auditório Urbano Vitalino se transforma em um espaço para a exibição e debate de filmes que tratam de temas relevantes.

Sobre Danilo Barros -  Danilo Barros é servidor público do Estado, militante da Consulta Popular e integrante da organização da Marcha da Maconha no Recife.

*EM CARTAZ:* Dirijo (Maconha) – Relatos Indígenas – Yandé Aname Mura – 11'57"
Sinopse: Um panorama sobre o antigo e extinto uso da Cannabis Sativa entre os anciões Mura, abordando as transformações de costumes e relações socioambientais ao longo do tempo.

Maconha e a Vanguarda Brasileira – Eduardo Bueno – 20'18" - Sinopse: A história da maconha no Brasil começa em abril de 1500, quando a frota de Cabral ancorou aqui, trazendo velas e cordames feitos de cânhamo. Sagrada para os africanos e adotada pelos indígenas, a maconha passou a ser vista como "erva do diabo" pela classe média branca, que logo tratou de criminalizar seu uso e comércio.

Animação sobre a Guerra às Drogas – PBPD – 9'00" - Sinopse: "Essa guerra nunca foi contra as drogas. Sempre foi contra pessoas. Determinadas pessoas." A animação, narrada por Edi Rock, do Racionais MCs, denuncia a seletividade do sistema de justiça criminal brasileiro, mostrando como cor, endereço, gênero e classe social influenciam os desfechos em casos de porte e venda de drogas. O vídeo traz um panorama da proibição de substâncias, destacando como a narrativa da guerra às drogas legitima o controle sobre determinados grupos sociais.

*SERVIÇO*
Cineclube Casa Zero
Domingo, 22 de agosto, às 16h
Local: Rua do Bom Jesus, 237, 1º andar
Entrada franca