domingo, 4 de agosto de 2024

Especialistas comentam novos procedimentos e tecnologias para monitorar Mieloma Múltiplo


Novos procedimentos e tecnologias para monitorar o mieloma múltiplo foram destaque no 29º Congresso da European Hematology Association (EHA), em junho deste ano. Alguns já estão disponíveis a médicos especialistas e pesquisadores brasileiros, dentre os quais alguns marcaram presença no evento científico. Além disso, recentes aprovações pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, podem influenciar no diagnóstico e tratamento da doença no Brasil.

Em nosso País, são estimados 7.600 novos casos de mieloma todo ano, indicam dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Tradicionalmente, o monitoramento da doença acontece com base no rastreio da proteína monoclonal, secretada no sangue e na urina dos pacientes e que tem possibilitado o aperfeiçoamento do tratamento. A identificação da proteína também é fundamental na avaliação de doenças secundárias, como a insuficiência renal.

Com foco no monitoramento, em abril deste ano, a FDA aprovou o uso da Doença Residual Mínima (DRM) como desfecho em ensaios clínicos de mieloma. A aprovação do FDA é considerada histórica, pois demarca um parâmetro para o controle da doença, ainda incurável. Ou seja, quando a proteína monoclonal não é detectada e tampouco são identificadas células cancerígenas na medula óssea, a existência de DRM é avaliada para indicar o controle do mieloma.

Isso pode acelerar a aprovação de novos tratamentos nos Estados Unidos e com repercussão em outros países, como a tecnologia com células CAR-T. Nesse sentido, também recentemente, o FDA aprovou o uso do Idecabtagene vicleucel e do Ciltacabtagene autoleucel para pacientes com mieloma. No Brasil, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o Ciltacabtagene autoleucel em determinados casos.

Com isso, especialistas esperam que cada vez mais o CAR-T seja indicado para as linhas mais precoces de tratamento, abrindo novas possibilidades de controle da doença.

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) se colocam à disposição dos veículos de imprensa para comentar os novos procedimentos e tecnologias para monitoramento do mieloma no Brasil e no exterior.