Nessa semana, o Recife foi a capital nacional da Previdência Complementar, diante da realização do EPINNE – EPB 2024 – Encontro dos Profissionais de Investimentos e Previdência dos Fundos de Pensão do Norte e Nordeste. Em um congresso muito bem organizado e estruturado ocorrido no Mar Hotel, na Capital Pernambucana, o evento atraiu mais de 400 profissionais de investimentos e previdência complementar. A organização foi da Fachesf, a maior entidade da região, em parceria com Bandeprev e Compesaprev.
No primeiro dia, foi debatido o tema Previdência Complementar: Tendências e Inovações para um Mercado em Transformação, a programação do EPINNE-EPB conta com painéis e palestras de representantes do setor público e privado. Entre os convidados, estiveram o superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Ricardo Pena, o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Jarbas Biagi, além do presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão e dos Beneficiários de Saúde Suplementar de Autogestão (Anapar), Marcel Barros.
No primeiro dia de palestras, foi bem ressaltado que a previdência complementar deve ser vista como solução para o sistema previdenciário oficial, sob o risco de explosão da bomba relógio previdenciária. Os defensores dessa ideia são alguns dos principais representantes do setor, que administra ativos que somam R$ 2,74 trilhões, o equivalente a 25% do PIB.
O presidente da Previc, Ricardo Pena, salientou que "o Brasil está a poucas décadas de enfrentar os efeitos do envelhecimento da população, quando poderá ter mais pessoas recebendo benefícios do que trabalhadores contribuindo para a Previdência". E ele ainda complementou: “Todos aqui são profissionais e sabem que não existe solução para essa realidade fora da previdência complementar”, taxou o superintendente.
Marcel Barros, da Anapar, deu cores ainda mais dramáticas à situação. "Além do choque geracional em gestação no País, outro fator que ameaça a sociedade em duas décadas são os trabalhadores que não contribuem em nenhum sistema de previdência. Em outras palavras,corremos o risco de criarmos uma legião de miseráveis”, afirmou.
Segundo dia - O primeiro painel do segundo dia do Epinne EPB 2024 promoveu o debate sobre a utilização do asset allocation para a gestão de recursos dos planos de benefícios nesta sexta-feira (26/07). O evento é realizado em dois dias na cidade do Recife com organização da Fachesf, Compesaprev, Bandeprev e apoio institucional da Abrapp e ICSS.
O Sócio e Diretor de Soluções de Investimentos da SPX Capital, Bruno Maueler, explicou que o asset allocation deve estar relacionado com o tipo de plano, com a sua duration e suas características específicas. Com base nisso, devem ser traçados seus objetivos de risco e retorno. Para um plano com objetivo de risco maior, por exemplo, exige maior diversificação. Já um plano com menor nível de risco, pode manter uma asset allocation com baixa diversidade.
O Asset Allocation é uma estratégia de alocação de investimento que visa diversificar os investimentos entre ações, renda fixa, fundos de investimento imobiliário, entre outros. A principal finalidade dessa estratégia é procurar obter o máximo retorno, minimizando o risco por meio da diversificação. No entanto, a estratégia Asset Allocation não possui uma fórmula pré-estabelecida visto que a diversificação de investimento segue o perfil de cada investidor.
O painel seguinte abordou o tema dos “Investimentos em Infraestrutura”, com apresentações de alguns dos principais gestores do mercado. Túlio Machado, Chefe de Investimentos de Infraestrutura da XP Asset Management, disse que na matriz de risco e retorno dos portfólios, a maior parte dos investimentos em infraestrutura apresentam fatores bastante previsíveis.
Os riscos se concentram na fase inicial dos projetos que procuram ser mitigados com a elaboração de contratos bem elaborados. Um dos exemplos de negócio com alta previsibilidade são os projetos de transmissão de energia. Ele citou também as boas perspectivas dos projetos de energia renovável, muitos dos quais estão concentrados no Nordeste do Brasil
Abertura cultural - O painel de abertura, ocorrido na manhã do dia 25, foi marcado pela ressalva da força da cultura pernambucana. A cantora Nena Queiroga marcou presença, cantando o forró "Se Avexe Não", de Acioly Neto, e ainda entoou os hinos Nacional e de Pernambuco. Em seguida, a Orquestra Mirim do Galo da Madrugada, com músicos e passistas, levou muito frevo, maracatu e caboclinhos para todos os presentes.
O presidente da Fachesf e coordenador geral do evento, Armando Barros, fez um agradecimento geral aos palestrantes, patrocinadores e a todos os presentes. "Esse evento é uma demonstração de força do setor previdenciário do Norte-Nordeste, uma grande força para a população do nosso País", afirmou. Os palestrantes receberam obras que representam o casario recifense, feitas de cerâmica pela artista plástica Aline Feitosa, do Pequeno Atelier.
Com fotos de Andréa Rego Barros
Informações da Redação, da Assessoria de Imprensa do Evento e do Blog Abrapp em Foco
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