O jornalista e escritor Álvaro Filho lança em agosto sua mais nova ficção: O Mau Selvagem. Ambientado nos dias atuais, o trabalho recria o cotidiano nada glamouroso de uma comunidade de livreiros da última imigração de brasileiros para Portugal, em fuga de um país atormentado pelas sombras do atraso e da ignorância. No entanto, a convivência com os locais nem sempre se mostra harmoniosa. O lançamento será simultâneo no Brasil e em Portugal, pela editora Urutau.
O livro é narrado a partir da experiência de um brasileiro que começou a trabalhar recentemente em uma livraria de Lisboa, onde passa a escutar os sussurros de outros funcionários comentando os feitos do antigo livreiro, conhecido como “o Mau Selvagem”, agora desaparecido. Inspirado nos detetives dos romances policiais, o jovem brasileiro torna-se obcecado em transformar esta figura enigmática no personagem do livro que pretende escrever.
Assim, à medida que segue as pistas do antigo livreiro, mergulha numa jornada que o leva à reflexão sobre os desafios da adaptação numa terra estrangeira e as razões do autoexílio num país nem sempre receptivo a novos costumes e sotaques. Dessa forma, a obra expressa as frustrações e tensões de uma Lisboa dividida entre a gentrificação, o trabalho precário e a anemia da política migratória. O escritor português Gonçalo M.Tavares descreve a importância do livro para a abordagem desses temas: ‘‘A leitura de O Mau Selvagem é, nestes tempos conturbados onde a questão da migração torna a ser central, sem dúvida, não apenas atual, mas indispensável.’’
A obra é cuidadosamente escrita sob a atenção de um jornalista imigrante em Portugal, que há quase uma década ouve os relatos de outros imigrantes. Torna-se a leitura ideal para os brasileiros que pensam em migrar e os que já vivem em Portugal, também para aqueles interessados em explorar as complexas interações entre identidades e sociedades.
*Sobre o autor*
Álvaro Filho é um escritor e jornalista brasileiro radicado em Lisboa, Portugal. Premiado por diversos dos seus trabalhos, foi vencedor do Prémio Hermilo Borba Filho 2016 e semi finalista do Prémio Oceanos 2018, com a ficção “Curso de Escrita de Romance – nível 2” (Cepe Editora), vencedor do prémio de Melhor Ficção de 2019, da Academia Pernambucana de Letras, com Meu Velho Guerrilheiro (Editora Gato Bravo), vencedor do Novos Talentos de Escrita FNAC Portugal, em 2018, com o conto Otelo e, ainda em Portugal, do prémio Rogério Rodrigues de Crónica Jornalística 2023 e do Prémio Armando Baptista-Bastos 2023, com a obra ‘’Disfarça, que lá vem Sartre’’.
