terça-feira, 2 de julho de 2024

Nos 40 anos do clássico ‘Viva o Povo Brasileiro’, de João Ubaldo Ribeiro, musical inspirado no livro volta ao Recife


Após a abertura triunfal do Festival Recife do Teatro Nacional de 2023, com duas disputadas sessões no Teatro do Parque, o musical Viva o Povo Brasileiro (de Naê a Dafé) retorna ao suntuoso palco da capital pernambucana para três apresentações, dias 5, 6 e 7 de julho, às 19h, com patrocínio master do Nubank. O banco digital volta a patrocinar o projeto, depois do investimento feito em 2023 para a montagem inédita e as temporadas de sucesso no Rio de Janeiro e São Paulo. Dessa vez, o Nubank irá viabilizar uma ampla circulação por cidades do Nordeste, além de novas temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo. Clientes do banco digital terão condições especiais na compra de ingressos, podendo até consegui-los de forma gratuita (detalhes ao final do release).

O espetáculo (trecho aqui) é uma versão musical para o romance “Viva o Povo Brasileiro”, uma das obras-primas do saudoso autor baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), vencedor dos prêmios Camões de Literatura e Jabuti. Celebrando 40 anos em 2024, esse livro poderoso ainda inspirou o samba-enredo da Império da Tijuca no Carnaval de 1987. Ingressos, a partir de R$ 19,50, estão à venda na Sympla. O musical venceu o Prêmio Shell na categoria Melhor Ator com Maurício Tizumba e foi indicado em mais três categorias – Música Original e Direção Musical, Melhor Direção e Melhor Figurino. Também foi indicado ao Prêmio APCA como Melhor Espetáculo e Melhor Ator; e ao Prêmio APTR na categoria Melhor Música.

A versão teatral, dirigida por André Paes Leme, conta com 30 músicas originais compostas por Chico César, a partir de letras inspiradas ou que utilizam parte textual da obra de Ubaldo. Já a direção musical e a trilha original são de João Milet Meirelles (da banda BaianaSystem). No elenco, estão Alexandre Dantas, Guilherme Borges, Izak Dahora, Jackson Costa, Júlia Tizumba, Luciane Dom, Lucas dos Prazeres, Maurício Tizumba e Sara Hana.

A pesquisa para a montagem de Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé) nasce da investigação de doutorado feita na Universidade de Lisboa pelo diretor André Paes Leme, que já adaptou outros clássicos da literatura para o teatro: ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’, ‘A Hora e Vez de Augusto Matraga’ e ‘Engraçadinha’.

O desejo de falar do que seria esse povo brasileiro a partir da ótica crítica e do humor de João Ubaldo Ribeiro provocou o nascimento do projeto. "Não há possibilidade de entender o povo brasileiro sem compreender que todos nós somos o povo brasileiro, desde os povos originários até os imigrantes que chegaram muito tempo depois. Criamos esse espetáculo, que praticamente pega um terço do livro, mas traz a essência da obra ligada à ideia de ancestralidade, de espiritualidade, da luta contra a escravidão, por uma igualdade e justiça social. O texto é especialmente conectado à força feminina, que é algo muito forte a partir da personagem da Maria Dafé, que é a grande heroína", diz André.

O livro de Ubaldo tem cerca de 700 páginas e percorre 400 anos da história do Brasil. A trama, ambientada em Itaparica, fala de uma alma que quer ser brasileira. Primeiramente, ela encarna em indígenas, até o primeiro personagem, o Caboclo Capiroba, em 1640, que é enforcado pelos portugueses colonizadores, mas tem uma filha que se chama Vu, e dela descendem as mulheres da história.

A alma depois reencarna em um Alferes, em 1809. Esse Alferes sonhava em ser um herói brasileiro e tem morte súbita protegendo Itaparica da invasão portuguesa. Morre cedo, mas consegue ser considerado herói. A alma fica mais desejosa de ser brasileira e vai encarnar na personagem Maria Dafé, que é filha da Vevé (Naê), tataraneta de Vu. Ela foi estuprada pelo Barão, que, quando sabe da gravidez, manda o negro Leléo tirar Vevé de Itaparica. Leléo é um negro liberto, que já tem muito dinheiro e que cuida de Dafé como sua verdadeira neta, dando ensino e escola. Aos 12 anos, Dafé assiste ao assassinato da mãe a facadas, por homens que queriam violentar as duas. Essa tragédia é o gatilho para Dafé virar a heroína da história.

TRILHA SONORA - Para cadenciar toda a trama, Chico César compôs 30 canções, que ganharam arranjos de João Milet Meirelles e a colaboração do elenco. No palco, três músicos e dez atores que interpretam, cantam e tocam. Além do elenco fixo, o espetáculo tem um coro composto por atores iniciantes/ estudantes, que ajudarão a dar vida à essa epopeia.

"Esse é meu terceiro trabalho com a Sarau. Nós fizemos ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ e ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’. Para compor as músicas, eu parti da palavra do escritor e busquei a sonoridade da escrita. Trouxe muito da minha formação intuitiva da música negra, brasileira, baiana, porque o livro se passa em Itaparica e Salvador. Fiquei feliz quando soube que era o João Meirelles quem seria o diretor musical, porque o BaianaSystem é o grupo com maior expressão dessa contemporaneidade da música negra brasileira", conta Chico César.

Em seu segundo trabalho com o teatro musical, João Milet Meirelles trouxe para ‘Viva o Povo Brasileiro (de Naê a Dafé)’ uma construção coletiva com referências da música baiana contemporânea e da tradicionalidade. "Existe também um apontamento para o futuro. Tem muita percussão, cordas, sanfona, piano. São três músicos e um elenco também muito competente musicalmente. Tem essa diversidade como uma linha que vai conduzindo tudo. É uma construção coletiva com o processo de experimentação", define João.

SINOPSE - Baseada em livro de João Ubaldo Ribeiro, a montagem é ambientada em Itaparica, na Bahia, e percorre o período de 1647 a 1977, acompanhando uma alma em busca da identidade brasileira, que encarna em personagens invisibilizados pela história. Ao longo desses 400 anos, a construção dos abismos sociais é mostrada através das figuras de Caboclo Capiroba, o Alferes e Maria Dafé, que transformam suas dores em heroísmo e demonstram a força da ancestralidade que percorre a formação do nosso povo.


Ficha Técnica

Da obra de João Ubaldo Ribeiro

Diretor e dramaturgo: André Paes Leme

Com Alexandre Dantas, Guilherme Borges, Izak Dahora, Jackson Costa, Júlia Tizumba, Luciane Dom, Lucas dos Prazeres, Sara Hana e Maurício Tizumba.

Músicas originais: Chico César

Direção musical e trilha original: João Milet Meirelles

Direção de produção e produção artística: Andréa Alves

Diretora de projetos: Leila Maria Moreno

Diretor assistente: Anderson Aragón

Consultoria: Ynaê Lopes

Desenho de som: Gabriel D'Angelo

Iluminação: Renato Machado

Cenografia: Natália Lana

Figurino: Marah Silva

Preparação corporal e direção de movimento: Valéria Monã

Visagismo: Cora Marinho

Coordenação de produção: Rafael Lydio

Produção executiva: Cissa Moreira e Matheus Castro

Produtor assistente: Marina Fish



Produção local: Atos Produções Artísticas

Assessoria de imprensa: Míddia Assessoria




Serviço

Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)

Teatro do Parque: Rua do Hospício 81, Boa Vista, Recife

De 5 a 7 de julho de 2024, às 19h Informações: (81) 99488-6833



Classificação: 14 anos

Duração: 180 minutos


Ingressos à venda na Sympla:

Plateia 1: R$ 120 e R$ 60 (meia)

Plateia 2: R$ 39 e R$ 19,50 (meia)

Camarote: R$ 39 e R$ 19,50 (meia)

Link: aqui


Clientes Nubank Ultravioleta tem 50% de desconto para até 2 ingressos, caso a cota gratuita esteja esgotada. É necessário utilizar o cartão do banco como meio de pagamento, e o desconto não é cumulativo com outros descontos. Para validar a retirada dos ingressos gratuitos é necessário inserir um código, o número será sempre os seis primeiros dígitos do cartão Nubank Ultravioleta, e cada cliente pode retirar até 2 ingressos gratuitos.

Clientes Nubank: desconto de 25% nos ingressos. É necessário utilizar o cartão do banco como meio de pagamento e o desconto não é cumulativo com outros descontos. Limitado a 2 ingressos com desconto por cliente.


SOBRE O DIRETOR - André Paes Leme é encenador formado na UNIRIO, mestre e doutor em Estudos de Teatro pela Universidade de Lisboa. Já realizou mais de 50 espetáculos, entre peças teatrais, concertos musicais, óperas e eventos comemorativos de relevância cultural. Suas últimas encenações foram: A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa (2020), Agosto (2017), Esperança, de César Mourão (2015), Amigo Cyro Muito te Admiro, de Rodrigo Alzuguir (2014). O Lugar Escuro, de Heloisa Seixas (2013), Arresolvido, de Erida Castello Branco (2012), Um Rubi no Umbigo, de Ferreira Gullar (2011), Hamelin, de Juan Mayorga (2009), pelo qual recebeu o Prêmio APTR/2010 de melhor direção, Candeia, de Eduardo Rieche (2008), A Hora e Vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa (2007), Uma Última Cena Para Lorca, de Antônio Roberto Gerin (2005), Grande Othelo, de Douglas Dwight (2004), Chega de Sobremesa, de Stela Freitas (2002), Engraçadinha, de Nelson Rodrigues (2001). Pequenos Trabalhos Para Velhos Palhaços, de Matei Visniec (2000).