Na última quinta-feira (27), Pernambuco identificou mais três casos de Febre Oropouche, uma infecção viral transmitida pelo maruim, frequentemente confundida com Dengue. Até agora, foram relatados nove casos no Estado, levantando um sinal de alerta para os municípios pernambucanos.
A confirmação desses novos casos foi feita pelo Laboratório Central do Estado de Pernambuco (Lacen-PE). O vírus foi detectado em um homem e duas mulheres, residentes em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, e nas cidades de Timbaúba e Jaqueira.
A Febre Oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil na década de 1960 e, até hoje, afeta principalmente a região amazônica. Contudo, nos últimos meses, a doença tem sido notificada em vários estados brasileiros. Segundo a infectologista Millena Pinheiro, do Real Hospital Português, é uma enfermidade viral transmitida principalmente pela picada de mosquitos.
“Trata-se de uma arbovirose do gênero Orthobunyavirus. Por isso, para tentar conter a proliferação, é necessário tomar cuidado com locais que acumulam água, como pneus, calhas, caixas d’água descobertas, etc”, explica a Dra. Millena, que ainda destaca que os sintomas podem levar ao falso diagnóstico de Dengue.
“Os sintomas da Febre Oropouche são muito parecidos com os da Dengue - dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia -, o que faz com que haja essa possível confusão. Por isso, ao sentir esses sintomas, o paciente deve procurar um médico, já que o diagnóstico correto virá por meio clínico, epidemiológico e laboratorial”, complementa a médica do RHP.
Além dos cuidados preventivos, como evitar a proliferação de mosquitos, as campanhas de conscientização sobre a doença são cruciais. Informar a população sobre os riscos e as formas de prevenção pode ajudar a reduzir a disseminação do vírus. "A educação em saúde é uma ferramenta poderosa. Esclarecer a população sobre os sintomas e as medidas preventivas é essencial para controlar a Febre Oropouche", destaca a infectologista.
Atualmente, o tratamento da Febre Oropouche é sintomático, ou seja, focado no alívio dos sintomas. Repouso, hidratação e o uso de medicamentos para controlar a febre e a dor são recomendados. Ainda não há uma vacina disponível, o que torna a prevenção ainda mais importante.
