quarta-feira, 19 de junho de 2024

Câncer de rim: doença que matou mais de 10 mil pessoas em três anos no Brasil tem como fator de risco o tabagismo


Em junho, é celebrado o Mês de Conscientização sobre o Câncer de Rim, campanha liderada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). De 2019 a 2021, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, foram registradas mais de 10 mil mortes em razão da doença, que corresponde a cerca de 3% dos tumores malignos urológicos detectados no país. Tendo entre seus principais fatores de risco o tabagismo, estima-se que cerca de metade dessas neoplasias ocorrem em fumantes ou ex-fumantes.

De acordo com o uro-oncologista Renan Éboli, médico da Oncoclínicas em Recife, os rins são responsáveis por filtrar as substâncias tóxicas do sangue, como ureia, creatinina e ácido úrico, excretando-as pela urina, além do excesso de sais, água e eletrólitos. “Os órgãos têm participação ainda na produção de hormônios importantes como a eritropoetina, que atua na formação de glóbulos vermelhos, a vitamina D, importante na formação do cálcio, e a renina, regulatória da pressão arterial”, explica. 

Além do tabagismo, outros fatores de risco estão associados à incidência do câncer de rim, como hipertensão, obesidade, sedentarismo, histórico familiar, exposição a materiais tóxicos e síndromes como a de von Hippel-Lindau, uma condição rara que causa o surgimento de tumores benignos e malignos em múltiplos órgãos. “Por isso, é importante chamarmos a atenção da sociedade para a importância de adotar um estilo de vida saudável como forma de prevenção para este e outros tipos de tumores”, aponta o médico Renan Éboli.

*Sintomas, diagnóstico e tratamento*

Nos casos em que a neoplasia está em estágio inicial, o câncer de rim não costuma apresentar sintomas, mas entre os sinais mais comuns podem estar dor na lateral da barriga e/ou na lombar, dor nas costas, presença de uma massa no abdômen ao apalpar, sangue na urina, perda de peso e de apetite, anemia e cansaço.

Segundo o Dr. Renan Éboli, por ser assintomático, o tumor renal geralmente é descoberto em um exame de imagem de rotina, como ultrassom abdominal, por exemplo. “Ressonância magnética e tomografia do abdômen também podem detectar o câncer e possuem a vantagem de definir o estágio da doença”, aponta, complementando que, a depender deste estágio, o tratamento pode incluir opções como a remoção cirúrgica parcial ou total do rim (cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica), crioablação e radiofrequência. 

Nos casos mais avançados, as opções de tratamento são a imunoterapia, quimioterapia ou radioterapia, mas é importante ressaltar que a conduta mais adequada será estabelecida pelo médico e depende de vários fatores, incluindo o estágio e a localização das metástases, o estado de saúde geral do paciente e suas preferências pessoais.