Em 26 de junho, no Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, o debate sobre a dependência nessas substâncias e suas consequências se torna ainda mais relevante. Compreender os mecanismos, desde os sintomas iniciais até os fatores de risco e proteção, é fundamental para promover a conscientização e apoiar quem luta contra essa condição.
Denise Rodrigues, psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Rio de Janeiro, explica que a dependência é definida por duas características principais: a síndrome de abstinência e a tolerância. A primeira ocorre quando a pessoa para de usar a droga e começa a apresentar uma série de sintomas físicos que podem variar de leves a graves, como taquicardia, sudorese e surtos psicóticos. Já a tolerância se refere à necessidade crescente da substância para alcançar o efeito desejado. "Inicialmente, dois copos de cerveja - por exemplo - podem ser suficientes para relaxar, mas, com o tempo, a pessoa pode precisar de quantidades cada vez maiores", acrescenta a profissional.
O desenvolvimento da dependência varia conforme o elemento e a frequência do uso. “O álcool pode levar anos para causar dependência. Já as drogas, como o crack, podem criar um hábito rapidamente", afirma a psicóloga. O impacto no cérebro e comportamento é profundo, alterando a química cerebral e a forma como a pessoa reage a situações cotidianas.
Os fatores de risco incluem vulnerabilidades psicológicas, influências ambientais e histórico familiar de uso de substâncias. O uso compulsivo da substância é devastador, levando ao aumento da violência doméstica, comportamentos perigosos e descontrole emocional e financeiro, comprometendo a vida social e profissional do indivíduo.
Denise ainda destaca a importância da divulgação de informações sobre os efeitos das substâncias desde cedo. "A educação é a base de tudo, mas deve ir além da escola, envolvendo campanhas e o compromisso do Estado em promover a prevenção", conclui. Somente por meio de um esforço conjunto e contínuo, envolvendo famílias, escolas e políticas públicas, será possível combater efetivamente a dependência química e construir uma sociedade mais saudável e informada.