terça-feira, 28 de maio de 2024

Testes genéticos indicam probabilidade de câncer de mama


O câncer de mama é uma preocupação para muitas mulheres, especialmente aquelas com histórico familiar da doença, por apresentarem maior probabilidade de mutações genéticas que elevam o risco. Avanços recentes na medicina facilitam a identificação dessas ameaças e oferecem opções para reduzi-las. Mulheres que testam positivo para determinadas mutações genéticas precisam entender a necessidade de monitoramento e de intervenções adequadas. Por isso, consultar um mastologista é muito importante. 

As mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são as causas mais comuns de câncer de mama hereditário, mas outros genes também podem ser afetados, como é o caso do PALB2, que aumenta em cerca de 33% o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama até os 70 anos de idade. Esse risco pode ser ainda maior se houver histórico familiar significativo da doença. As mutações também aumentam o risco de desenvolver câncer de ovário e outros tipos de tumor. 

Segundo a mastologista Daniela Rios, o risco é determinado por meio de testes genéticos específicos. “O manejo de risco em pacientes com mutação genética deve ser personalizado e envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo oncologistas, cirurgiões, conselheiros genéticos e outros especialistas. A educação do paciente e o apoio psicológico também são aspectos fundamentais para lidar com o risco aumentado de câncer de mama”, destacou.

De acordo com o mastologista e cirurgião oncoplástico Leonardo Pires Novais Dias, pacientes com mutações genéticas confirmadas devem ser monitoradas com regularidade e submetidas a métodos de redução de risco, os quais podem incluir “mamografias, ressonâncias magnéticas e, em casos específicos, a mastectomia profilática bilateral, ou seja, cirurgia para retirada das duas mamas”, explicou. 

Além dessas medidas, mudanças no estilo de vida com foco na prevenção precisam acontecer na vida dessas pacientes. Alimentar-se bem, manter um peso saudável, praticar atividade física regularmente, limitar o consumo de álcool, não fumar, amamentar, evitar ou limitar o uso de terapia de reposição hormonal e realizar exames de rastreamento são ações que complementam o cuidado preventivo.

Ainda segundo Leonardo Dias, é importante entender a diferença entre risco familiar e risco genético de câncer de mama. “O risco familiar é resultado da combinação de fatores genéticos e ambientais, enquanto o risco genético é exclusivamente relacionado a mutações genéticas hereditárias. O risco familiar é determinado com base na história de câncer de mama na família, enquanto o risco genético é determinado por meio de testes genéticos específicos, que permitem determinar a necessidade de intervenções preventivas mais direcionadas”, destacou.

Para filhas de pacientes com câncer de mama, o especialista ressalta a necessidade de conhecer bem a história familiar, realizar avaliações de risco e, se necessário, testes genéticos. “Antes de realizá-los, é importante que a mulher receba aconselhamento genético de um especialista, que apresentará tanto seus riscos e benefícios quanto as opções de prevenção e tratamento disponíveis”, pontuou. 

Antes da cirurgia de mastectomia profilática, indicada para mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama, devem ser realizados exames clínicos, mamografias e ressonâncias magnéticas para avaliar a extensão do tecido mamário e planejar a intervenção. Durante o procedimento, o cirurgião remove completamente o tecido mamário, muitas vezes preservando a pele e o mamilo para uma reconstrução mamária posterior. 

Após a cirurgia, são necessários cuidados intensivos, incluindo acompanhamento médico regular, controle da dor, prevenção de infecções e suporte emocional para lidar com as mudanças físicas e emocionais decorrentes da intervenção. A fisioterapia também pode ser recomendada para auxiliar na recuperação da mobilidade.