quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Verão do Nordeste traz necessidade de cuidado redobrado com a saúde dos olhos


O Carnaval passou, mas o verão do Nordeste segue firme, forte e sobretudo quente, com praias lotadas, hotéis cheios e uma agenda movimentada nas áreas de lazer e entretenimento. Mas nem tudo é festa, já que o calor excessivo na região, com picos de temperatura nessa época do ano, traz a necessidade de atenção especial à saúde dos olhos. 

É um cuidado que geralmente passa despercebido para muitas pessoas, já que, tradicionalmente, as preocupações no período estão voltadas para hidratação, alimentação e proteção da pele contra os raios solares.

Com isso, os riscos gerados pelo calor ao aparelho ocular acabam ficando em segundo plano. O que é um erro, já que a exposição prolongada dos olhos a temperaturas elevadas e radiação ultravioleta pode causar desde irritações até complicações mais graves, como catarata e, em casos extremos, degeneração macular.

Presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e professor da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, o oftalmologista Cláudio Lottenberg alerta para os diversos impactos que o verão tem potencial de causar à saúde dos olhos.

“Os raios ultravioleta representam perigo de várias doenças oculares, como o pterígio [popularmente conhecido como carne nos olhos], opacidade do cristalino e DMRI [degeneração de mácula relacionada à idade]”, adverte. A radiação também pode afetar a saúde ocular por meio do desenvolvimento de câncer de pele nas pálpebras.

*Radiação pode causar até cegueira*
A catarata é um dos problemas mais comuns provocados pelo excesso de exposição aos raios solares e um dos mais alarmantes, já que responde por mais de 50% dos casos de cegueira no mundo. Da mesma forma, a DMRI é uma das principais causas de perda da visão, especialmente em adultos na faixa etária 40/50+.

*Saúde dos olhos: verão tem epidemias recorrentes de conjuntivite*
“No caso das infecções causadas por vírus e bactérias, vale lembrar que o calor aumenta o tempo de sobrevivência desses microorganismos, daí as epidemias recorrentes de conjuntivite no verão”, acrescenta Cláudio Lottenberg. 

A lista de sintomas mais conhecidos dessas infecções inclui vermelhidão (a mais aparente), sensação de ressecamento dos olhos, ardência, irritação e fotossensibilidade.

*De olho nas lentes de contato*
Os cuidados com a saúde ocular no verão devem ser redobrados por quem usa lentes de contato, especialmente as gelatinosas, responsáveis pela maioria dos casos de lesões na córnea em quem utiliza lentes oftálmicas. 

A higiene desses dispositivos, bem como de estojos e local de armazenamento, precisa ser reforçada, da mesma forma que a atenção ao limite de tempo para utilização, prazo de validade e hidratação do globo ocular com colírios para evitar o ressecamento (filme lacrimal).

Para quem passa muito tempo em ambientes com ar condicionado, a possibilidade de comprometimento da hidratação dos olhos e das lentes é ainda maior, exigindo que esse tipo de colírio seja aplicado várias vezes ao longo do dia. Outra dica importante: ao sair da área climatizada, pisque de forma repetida para estimular a lubrificação ocular natural.

*Aproveite o verão para a consulta anual*
Diante do cenário desafiador do verão para a saúde ocular, uma orientação valiosa para todas as idades e públicos nos estados nordestinos é aproveitar a estação mais quente do ano para a consulta anual com o oftalmologista. 

Adote essa prática mesmo que você não apresente qualquer sintoma. Afinal, a sabedoria dos nossos avós se mantém sempre atual, especialmente quando se trata de algo tão precioso quanto a visão: melhor prevenir que remediar.

*Sugestão de porta-voz para entrevista*: Dr. Cláudio Lottenberg

*Quem é Cláudio Lottenberg?*
Graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (1984), Mestre em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (1990), Doutor em Medicina (Oftalmologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1994). Possui residência médica pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (1987) e aperfeiçoamento em Urgências Oftalmológicas pela Manhathan Eye Ear and Throat (1989). É presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, professor da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.