terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Projeto de Teresa Leitão inscreve procurador Pedro Jorge no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria


A Comissão de Educação e Cultura do Senado aprovou nesta terça-feira (27) o projeto de lei 3663/2023, de autoria da senadora Teresa Leitão (PT-PE), que inscreve o nome do procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Pedro Jorge foi assassinado em março de 1982, com três tiros à queima-roupa, quando saía de uma padaria, em Olinda, onde morava. O crime aconteceu apenas três meses depois que ele denunciou um esquema de corrupção que ficou conhecido como o “Escândalo da Mandioca”. Foram denunciados oficiais da Polícia Militar de Pernambuco, um deputado estadual e outras 21 pessoas. O procurador tinha 35 anos, era casado e pai de duas filhas. 

“Pela grandeza e destemor de sua atuação, por sua trajetória de extraordinária determinação e coragem de investigar figuras poderosas e lutar contra ações de corrupção – mesmo diante das constantes ameaças –, acredito que é hora de prestar a Pedro Jorge o devido reconhecimento”, afirmou a senadora Teresa Leitão.

O esquema criminoso ocorreu entre os anos de 1979 e 1981, na cidade de Floresta, no sertão de Pernambuco. Os envolvidos se passavam por produtores rurais e conseguiam empréstimos no Banco do Brasil para plantação de mandioca. Em seguida, alegavam que a seca tinha destruído a plantação e ainda recebiam mais dinheiro, na forma de seguro agrícola. 

Os acusados pelo assassinato do procurador – Elias Nunes, Euclides de Souza, José Lopes, Heronides Cavalcanti, Jorge Ferraz, Irineu Gregório Ferraz – são julgados e condenados. O mandante do crime, o major da PM de Pernambuco José Ferreira dos Anjos, ficou mais de 12 anos foragido. O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, quando assumiu o cargo, em junho de 1995, reabriu o caso e, no mesmo ano, com ajuda da Polícia Federal, conseguiu capturar o major Ferreira. Ele foi foi condenado a 32 anos e seis meses de reclusão por assassinato e falsidade ideolgica, mas foi posto em liberdade depois de 10 anos e sete meses de pena. Morreu em 2018, após uma parada cardíaca.