sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Dia Municipal do Maracatu de Baque Virado é instituído no Recife

 


O Maracatu de Baque Virado, também conhecido como Maracatu Nação, representa uma manifestação cultural com ritmo afro-brasileiro, uma dança e um ritual de sincretismo religioso de origem pernambucana. Em reconhecimento à sua importância cultural, foi instituído no Recife o Dia Municipal do Maracatu de Baque Virado, pela lei número 19.122/2023, de autoria do vereador Almir Fernando (PCdoB). A celebração acontecerá, anualmente, no dia 1º de agosto, em homenagem a data de nascimento do Mestre Luís de França, que comandou o Maracatu Leão Coroado por 40 anos. Nesse dia também é comemorado o Dia Estadual e Nacional do Maracatu.

De acordo com a justificativa do projeto de lei que deu origem à lei municipal, o Mestre Luís de França, nasceu em 1º de agosto de 1901, e foi uma das figuras mais marcantes na história do Maracatu Leão Coroado, fundado em 1863 por seu pai e considerado o mais antigo Maracatu Nação em atividade ininterrupta no Brasil. Luís de França só deixou o posto em 1997, no ano da sua morte.

O Maracatu Leão Coroado é reconhecido pelo Ministério da Cultura, como Ponto de Cultura, desde 2008, e também é Patrimônio Vivo de Pernambuco, desde 2005. “A herança imaterial desse bem é legada aos contemporâneos por meio de gestos e indumentárias, que remete às coroações dos reis e rainhas do congo, em que um cortejo com seus pálios coloridos anuncia a presença real, além de toda a corte, com calungas e dama do paço. Os trajes reais usam seda, veludo e bordados com pedrarias no desfile”, detalha.

O Maracatu de Baque Virado tem como personagens centrais o rei e a rainha, além das baianas e da dama do paço, que carrega a calunga, representando a ancestralidade do Maracatu. “A manifestação cultural envolve performances musicais e coreográficas. Ela é repleta de simbologias e marcada pela riqueza estética", afirma o parlamentar.

Almir Fernando explica, ainda, que os cortejos de Maracatu são uma tentativa de refletir as antigas cortes africanas. “Os negros, ao serem sequestrados e vendidos como escravos, trouxeram para o Brasil as suas raízes e mantiveram seus títulos de nobreza. O Maracatu desfila pelas ruas acompanhado de um conjunto musical percussivo, o “Baque”, compostos de alfaias, tambores, caixas, mineiros, agbês e gonguês.

Atualmente, existem cerca de 30 Maracatus Nação no Estado, cuja maioria é filiada à Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (AmanPE), com sede no Recife, e à Associação dos Maracatus de Olinda (AMO)”.

Imprensa Câmara Recife