Celebrado no mês de novembro, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino (19/11) foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) debater a equidade no mercado de trabalho e estimular a criação de negócios geridos por elas. De acordo com o IBGE, no 3º trimestre de 2020, 8,6 milhões de mulheres lideravam empreendimentos no Brasil, o que constitui 34% dos proprietários de negócios ؘ– com variações nos estados entre 25% (em Rondônia) e 39% (em Sergipe).
*Empreendedorismo feminino no Nordeste*
Segundo informações da Be.labs, primeira aceleradora de empreendimentos femininos do Nordeste, em pesquisa de março deste ano com mais de 600 mulheres de seis estados na região revelou que apenas 8% aceitariam uma vaga de trabalho CLT no lugar do negócio próprio. O resultado demonstra que, mesmo com a sobrecarga de empreender, a autonomia e a liberdade proporcionadas são mais atrativas.
Ter o próprio negócio importa sobretudo para as mulheres nordestinas. Enquanto no Brasil, 48,7% das mulheres empreendedoras são chefes de família, localmente, este percentual sobe para 52%. Além disso, a média de empreendedoras que também são mães é de 53%, enquanto 71% das nordestinas se encaixam neste perfil. Os números enfatizam a importância do empreendedorismo feminino na região para a economia das famílias, conforme apontam os dados sociodemográficos abaixo:
*Números do empreendedorismo feminino no Nordeste*
(*Fonte:* Be.labs)
•Idade média: 38,5 anos
•Casadas: 41%
•Com filhos: 71%
•Chefes de Família: 52,3%
•Com 1 a 3 salários-mínimos/Mês: 56%
•Menos de 1 salário-mínimo mês: 28%
•segmento de produção (artesanal, confeitaria, alimentação): 41,6%
•Faturamento anual de R$ 1 mil até R$ 50 mil: 82,9%
Comparado aos homens, mulheres empreendedoras têm maior escolaridade, são mais jovens, ganham menos, trabalham mais sozinhas, tem estruturas de negócio mais simples e contribuem mais à previdência. Apesar das desigualdades persistentes, 49% das donas de negócio são chefes de domicílio. Setorialmente, as mulheres predominam em serviços, notadamente em alojamento e alimentação, representando 25% dos empreendimentos no setor.
Esse é o caso de Sulamita Patrícia Lima Santos de Santana, proprietária do Cabocla Delícias na cidade de Paulista (PE), uma das vencedoras da etapa regional da 6ª edição do *Prêmio Academia Assaí*. "Depois de muitas especializações já realizadas para repensar meu negócio, esta foi uma conquista pessoal e profissional imensa, me permitindo ter uma melhor visão sobre meus valores, missão e objetivos", afirma a empreendedora.
A edição de 2023 do Prêmio selecionou *570 pessoas da região Nordeste*, dentre essas, 6 comerciantes que avançaram para etapa nacional, em São Paulo, que aconteceu em outubro. Todas as vencedoras da região Nordeste eram mulheres, autodeclaradas como pretas e pardas. Além da empreendedora de Pernambuco, outras três vieram de Salvador (BA), uma do Crato (CE) e outra de Santa Rita (PB).
Reconhecido como parceiro dos(as) pequenos empreendedores, especialmente do setor de alimentos (como restaurantes, pizzarias e lanchonetes), o Assaí é o ponto de apoio e abastecimento das mulheres empreendedoras que têm negócios no Nordeste.
A Academia Assaí é um programa de empreendedorismo do Instituto Assaí, organização social do Atacadista, que visa oferecer capacitação aos micros e pequenos negócios do ramo alimentício – sejam eles formalizados ou não – em qualquer região do Brasil. Ele funciona como uma plataforma completa de conteúdos, cursos on-line e oportunidades. Por lá, empreendedores(as) de todo Brasil encontram treinamentos gratuitos destinados a(à) aqueles(as) que desejam entender os processos de uma empresa, administrar melhor os recursos financeiros e humanos do negócio, assim como aprender a gerenciar questões relativas à fidelização de clientes, por exemplo.