Na tarde desta segunda-feira (18.12), crianças, adolescentes e adultos autistas atendidos pelo Instituto Dimitri Andrade apresentaram um espetáculo natalino no teatro do Centro Comunitário da Paz (COMPAZ) Miguel Arraes, na Madalena, Recife. Em uma apresentação inclusiva e emocionante, 19 pessoas neurodivergentes e 3 típicas, interpretaram o enredo do livro “Zuri, o rinoceronte sem chifre”, de autoria da psicóloga Frínea Andrade, que de forma simbólica através de figuras de animais, aponta em sua narrativa os preconceitos da sociedade com relação às diferenças, enfatizando que ser diferente é normal.
Na história, o rinoceronte Zuri vem para o Nordeste com sua família, onde encontra os animais da fauna. Estando fora dos “padrões” por ser um rinoceronte, espécie não existente no Brasil e, ainda por cima, sem chifre, ele faz novas amizades e passa a conhecer cinco estados do Nordeste, finalizando sua jornada em Pernambuco.
Durante o espetáculo, além de interpretar a história do conto, apresentando personagens como o tatu-bola, arara azul, iguana, gato do mato, galo de campina, entre outros, os artistas autistas dançaram músicas representativas do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, estados que Zuri conheceu durante a sua jornada no Nordeste, até chegar em Pernambuco. Entre as músicas que foram interpretadas estão Bumba meu Boi, Eu sou feliz no Piauí, No Ceará não tem disso não, Jogo de cintura, Madeira do Rosarinho e o Hino do Galo.
A apresentação encerrou com um coro formado pelo elenco e toda a equipe do Instituto Dimitri Andrade. Juntos, eles cantaram a música “Eu quero apenas”, de Roberto Carlos, emocionando todo o público que foi levado a cantar com o coral e a refletir sobre a importância da rede de apoio, de amizades verdadeiras que aceitam e acolhem as diferenças e da esperança em um mundo mais inclusivo.
“Produzir mais uma edição desta cantata foi uma realização muito grande, pois tudo que buscamos é a inclusão. Fizemos um lindo espetáculo adaptado às singularidades de cada um e nossos pacientes mostraram que são capazes, se a sociedade estiver disposta a respeitar as diferenças de cada um. Estamos disponíveis para levar essa apresentação para onde nos convidarem, mostrando que ser diferente é normal” aponta a psicóloga Frínea Andrade, que também é diretora e fundadora do Instituto Dimitri Andrade e mãe de adolescente com autismo.