Os preparativos já começaram, com ensaios quase diários dos grupos separadamente: orquestra, bailarinos, atores, coro infantil, coro adulto. “O Baile é como se fosse a encenação de uma ópera”, compara o premiado escritor Ronaldo Correia de Brito, autor, junto com Assis Lima, da brincadeira de Natal lançada em 1983 e encenada por oito anos no Teatro Valdemar de Oliveira antes de ganhar o principal palco de eventos de Pernambuco, no Recife Antigo. As músicas são parceria deles com Antonio Madureira. A regência da orquestra é feita pelo músico Rafa Marques.
No “Baile do Menino Deus”, a história mais contada do mundo é costurada entre a tradição religiosa milenar do nascimento de Jesus, filho de Maria e José, e características herdadas de folguedos e brincadeiras populares, como o marcante personagem Matheus e o ritual de abertura da porta do reisado. Pastoris, presépios, lapinhas, cantigas e danças tradicionais se encontram com passos de frevo, maracatu, cavalo marinho, boi para bordar uma versão extremamente brasileira de uma história universal.
A produção ganhou o Marco Zero em 2004, em arrojada iniciativa de levar o auto de Natal a palco a céu aberto, com acesso gratuito. “Tornar real o sonho de um Natal brasileiro para um público tão grande, ao ar livre, exige de nós o envolvimento de um ano inteiro. O convite de Ronaldo, há 20 anos, foi desafiador e instigante. Gosto das grandes causas! Tenho orgulho de ver o encanto nos olhos de cada criança, adulto ou idoso, a felicidade de quem vem de longe, quer ver mais de uma vez”, conta a diretora de produção, Carla Valença.
O Baile se mantém vivo pela relevância do tema, pela íntima relação com a nossa cultura e pela constante busca pelo diálogo com o público, sobretudo com os mais jovens. Sempre muda, esse é um dos grandes mistérios para o sucesso da montagem. É cheio de vida sobre o palco, nos bastidores e na plateia, que acompanha fielmente as temporadas cheias no Marco Zero, com público estimado em 75 mil atualmente.
Baile do Menino Deus: Uma brincadeira de Natal
Quando: 23 a 25 de dezembro, às 20h
Onde: Praça do Marco Zero do Recife (Recife Antigo, Recife)
Acesso gratuito | Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
Acessibilidade: Cadeirante, Audiodescrição e Intérprete em Libras