Até amanhã, 26 de novembro, 3500 voluntários da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – Sobrasa farão ações de conscientização em escolas, academias de natação e praias em todo país.
Os afogamentos são a causa de 5,5 mil mortes por ano no Brasil, e as crianças e jovens do sexo masculino estão entre as principais vítimas fatais. É o que mostra os dados recentes do Boletim Epidemiológico divulgado pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), principal entidade de prevenção, salvamento aquático e primeiros socorros em afogamento do país. Até 2020, os óbitos por afogamento na faixa de 1 a 4 anos de idade eram a segunda causa de morte entre crianças. De 2021 para cá, passou a ser a primeira causa, o que chama atenção para a necessidade de se falar sobre o tema desde a escola e alertar pais e responsáveis.
“Diariamente, uma criança morre afogada dentro de casa no Brasil. É uma tragédia que pode ser evitada com informação, com ações de conscientização que a Sobrasa e seus voluntários espalhados por todo o país vão levar ao público nos próximos dias. Precisamos mostrar que o problema é grave e apontar as soluções, que passam pela educação e pela informação de todos”, destaca o médico David Szpilman, fundador da Sobrasa e principal especialista em salvamento aquático do país.
TURISMO CONSCIENTE EM PRAIAS, RIOS, LAGOS E REPRESAS - A cada três dias, um turista morre no Brasil vítima de afogamento, sendo destes, 31% oriundos do estado de São Paulo, principal emissor de visitantes para todo o país. Santa Catarina é o estado que aparece com 22% de morte de turistas por afogamento. O Verão é a época do ano em que os afogamentos são mais recorrentes, correspondendo a 45% do total, entre os meses de dezembro e março, quando as pessoas estão mais em contato com fontes de água como praias, rios, lagoas e represas.
PISCINAS + SEGURAS SALVAM VIDAS - A Sobrasa lembra que entre as soluções para conferir segurança às piscinas, de modo geral, estão o isolamento da área molhada por meio da instalação de cerca e de dois ralos, ambos com tampas anti-sucção, que evitam o aprisionamento do corpo e a sucção de cabelos, dispositivos que são fáceis de serem encontrados e de valor baixo no mercado.
A boa notícia é que os percentuais absolutos de mortes por afogamentos no país tiveram uma redução de 50% nos últimos 40 anos (1979-2020), o que aponta um caminho acertado na luta contra esta endemia, com a intensificação de ações de prevenção em todas as faixas etárias, públicos-alvo (surfistas, estudantes, condomínios, clubes e poder público).
Outro fator que contribui para esta redução é a presença mais constante dos serviços de salvamento dos Corpos de Bombeiros e municípios com guarda-vidas nos quase oito mil quilômetros do litoral brasileiro, embora áreas consideradas estratégicas onde ocorrem mais de 70% das mortes por afogamento, impossível de serem guardadas, como rios, lagos e represas necessitem de intervenção de educação da população. Esse é o principal ponto da Semana Latino-Americana de Prevenção em Afogamento, que inclui 40 milhões de pessoas, e tem no Brasil seu ponto alto, onde mais de 3.500 voluntários estarão executando uma média de 30 ações por dia cobrindo todo Brasil com programas de educação que evitem o afogamento.
O boletim 2023 também chama atenção para um outro dado: áreas sem guarda-vidas, como rios, lagos e represas tem um risco 60 vezes maior de morte por afogamento “Setenta por cento das mortes por afogamentos no país, acontecem em rios, lagos e represas, que são áreas desprotegidas da presença de guarda-vidas. O uso de bebidas alcóolicas contribui em mais 15% dos casos, já que 90% das mortes são causadas por imprudência do banhista ou por desconhecimento sobre como agir em situações de perigo”, ressalta Szpilman