quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Ortopedista alerta para perigo da Osteoporose 20 de outubro é dia de conscientização da doença


 Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNADC, do IBGE, revelam que a população brasileira está apresentando um constante envelhecimento. Em dez anos, o número de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população. Com isso, preocupações com doenças que atingem esse público tornaram-se mais frequentes e se transformaram em problemas de saúde pública. Um desses males é a osteoporose. 

 Caracterizada pela diminuição progressiva da massa óssea, a osteoporose faz com que os ossos fiquem mais frágeis, aumentando o risco de fratura. Além das pessoas idosas, aquelas com dieta pobre em cálcio e vitamina “D”, que fumam, abusam do álcool, fazem uso exagerado de remédios à base de corticóides, são sedentárias, além de mulheres na pós-menopausa apresentam fatores de risco para a doença. Para conscientizar sobre a prevenção, o diagnóstico e o seu tratamento, o 20 de outubro foi escolhido como Dia Mundial e Nacional da Osteoporose. 

 Segundo dados da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), 10 milhões de brasileiros sofrem com a doença, e a cada três segundos um osso se quebra, em algum lugar do mundo, por causa da osteoporose. As fraturas mais comuns ocorrem no quadril, coluna e punho. A doença é silenciosa e a maioria dos pacientes fraturados por fragilidade nunca descobre o que causou a quebra do tecido ósseo e, por isso, não recebe o tratamento adequado.

 Ainda de acordo com a IOF, um terço das pessoas com mais de 65 anos cai a cada ano e o risco aumenta com a idade. Além disso, 50% das pessoas que sofreram uma fratura ligada à osteoporose sofrerão outra. “As quedas podem afetar, seriamente, a independência do paciente, provocando incapacidade, mudanças no estilo de vida e redução da atividade diária, podendo resultar em isolamento social e até morte. Por isso é importante investir na prevenção, com a adoção de medidas que incluem alterações tanto nos hábitos cotidianos quanto alimentares, e também no ambiente da casa, para evitar quedas”, explica Rodrigo Amorim (foto), ortopedista do Hospital Miguel Arraes (HMA/FGH).

 Cerca de 100 mil brasileiros sofrem fratura de quadril a cada ano, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), e o número deve continuar aumentando até o ano de 2050. No HMA, este ano foram realizadas 169 cirurgias de fêmur proximal, região localizada próxima ao quadril, muito comum em pacientes portadores de osteopenia e osteoporose. Fraturas desse tipo, além de limitarem a mobilidade e a execução de tarefas do dia a dia por longos períodos, podem colocar em risco a vida do paciente.

COMO DESCOBRIR
O diagnóstico da osteoporose é feito, geralmente, após o surgimento de fraturas. Mas existem outros aspectos que podem indicar a perda da massa óssea, como a redução da estatura do paciente, dor nos ossos e nas articulações, ou a presença de ombros caídos ou corcunda. Nesses casos, um exame de densitometria óssea pode confirmar a doença. Toda mulher com mais de 65 anos e homens acima de 70 anos devem fazer esse exame. Adultos com mais de 50 anos, que tenham doenças que possam trazer fatores de risco também devem ser avaliados. O Raio X de coluna auxilia na busca de fraturas vertebrais (muitas vezes assintomáticas), enquanto exames de sangue e urina ajudam a investigar a causa da osteoporose em conjunto com a história e suspeita clínica.

O tratamento para a osteoporose é feito com o uso de medicamentos que estimulam a produção de massa óssea. “Porém, a prática de atividades físicas e mudanças na dieta, com a redução do sal e ingestão de cálcio, que pode ser através de alimentos folhosos verdes e bebidas lácteas; somada à exposição ao sol durante 15 minutos, todos os dias, para a produção de vitamina ‘D’, também são eficazes para combater a doença”, destaca Rodrigo Amorim.

Com informações da jornalista Iana Gouveia