Estimular o hábito da leitura nos primeiros anos de vida de uma criança não é uma tarefa fácil. Isso porque, muitos pais ou cuidadores esbarram no desafio do mundo tecnológico e a rotina com os livros acaba ficando em segundo plano. Mas engana-se quem pensa que ela é mais atrativa do que o conteúdo digital. Se bem explorada, os benefícios são muitos e podem levar os pequenos a se aproximarem do mundo da imaginação e criatividade, além de enriquecimento cultural e de vocabulário.
Distração saudável, a leitura é responsável também por outros benefícios nos primeiros anos e apostar nesse costume pode elevar o aprendizado psicossocial das crianças. São muitas as conquistas geradas pela prática literária, entre elas estão o estímulo à criatividade, a melhora na escrita, o pensamento crítico e, até mesmo, a empatia e as atitudes éticas.
Isso acontece porque, construindo aquele imaginário, a criança se deparará com situações que imitam a vida real, fazendo-a com que ela aprenda a lidar com as questões sociais de uma forma lúdica e intuitiva. O fato é que a imaginação gera curiosidade, que, por consequência, estimula o aprendizado.
“A leitura faz parte do processo de letramento, que acontece desde quando o bebê está na barriga e escuta as músicas cantadas pela mãe. Depois, ele é aprimorado a partir das cores e das texturas, gerando a estimulação cognitiva. Por isso, é fundamental que as crianças tenham contatos com livros e com o universo lúdico”, disse a supervisora de segmento infantil do Colégio GGE, Ana Paula Calado.
Outra vantagem de estreitar a relação dos pequenos com os livros infantis está no desenvolvimento das habilidades cognitivas, permitindo que a leitura aumente a capacidade de concentração, foco, aprendizado, poder de argumentação e interpretação textual.
Entretanto, nem sempre os pais ou a escola conseguem vencer a barreira do interesse e despertar o desejo pela leitura nos pequenos. Por isso, quando esses desafios se impuserem à rotina e passarem a ser uma resistência, é importante entender as fases das crianças – que são movidas pelos desejos das novas descobertas.
Mas, quando essa dificuldade estiver fazendo parte da rotina familiar daquela criança, o seu responsável não deve desistir, a fim de estimular a leitura em algum momento do dia. “Quando a gente identifica alguma dificuldade, é importante averiguar quais pré-requisitos básicos ficaram faltando pelas hipóteses da leitura e da escrita, para que possamos trabalhar a dificuldade ou o pré-requisito anterior. Muitas vezes é indicado não só uma pedagoga, mas o profissional de fonoaudiologia para ajudar essa família” afirmou a supervisora.