Nem todo preconceito e discriminação contra pessoas LGBTQIA+ acontecem de modo claro e direto. Alguns comentários e comportamentos são em forma de “brincadeira” e podem ser utilizados com frequência, através de uma piada, que só a pessoa preconceituosa consegue entender e achar graça. No Brasil, a Lei n° 7.716/89, conhecida como a Lei do Racismo, abarca crimes relacionados à transfobia e homofobia, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e que tornam tais delitos inafiançáveis e imprescritíveis.
Contudo, a prática de discursos de ordem LGBTfóbica ainda são comuns, o que afeta diretamente na construção da imagem e autoconfiança do LGBTQIA+. A discriminação pode acontecer de várias formas, por meio do bullying, abuso verbal, físico, psicológico, sexual, a falta de aceitação por parte dos familiares, dentre outros. Segundo o último levantamento da revista científica americana Pediatrics, uma pessoa LGBTQIA+ tem seis vezes mais chance de cometer suicídio e aos que convivem em local hostil a sua orientação ou identidade tem o risco de suicídio de 21,5%.
Quem sofre a dor do preconceito pode desencadear baixa autoestima, problemas de socialização para estabelecer relações sociais, crenças de desvalor de que não merece ser amado, que nunca conseguirá construir uma família, que nunca será feliz, afetando diretamente no campo emocional e comportamental do sujeito, levando ao estresse, ansiedade, depressão e, em alguns casos, até ao suicídio.
De acordo com o psicólogo e professor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), é importante que aos primeiros sinais de atos discriminatórios, a pessoa LGBTQIA+ estando em dúvida se ocorreu ou não, converse com amigos próximos para que também o ajudem a identificar. “A pessoa que tem dúvida se foi ou não vítima de preconceito, é importante que ela converse com outras pessoas do seu grupo e conte a situação, para poder ter uma avaliação mais ampla, e perceber como se sentiu diante do momento. A troca com o outro pode facilitar a identificação de atos e comportamentos preconceituosos”, informa.
Ainda para quem foi vítima de preconceito, o especialista explica que a pessoa deve buscar uma rede de apoio. “Una-se a pessoas que a respeitam, querem bem, porque o mundo não é composto apenas por pessoas preconceituosas. Que ela continue sendo feliz, porque não tem nada de errado com ela ser e amar quem quiser, então que seja livre, e lute por sua liberdade na medida do possível. E se caso precise de ajuda e suporte emocional, procure terapia, porque poderá auxiliar demais nesse processo de crescimento e saúde mental para poder enfrentar os desafios que poderão aparecer”, reforça.
*ATENDIMENTO PSICOLÓGICO GRATUITO* - A UNIFG oferece de forma gratuita atendimentos psicológicos nos campi da Boa Vista, no Recife, e Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. Os agendamentos devem ser feitos pelos números (81) 3461-5514 ou (81) 3461-5529, ou indo diretamente no campus Piedade, que fica na Rua Comendador José Didier, nº 27, Piedade; ou no Centro Universitário da Boa Vista, localizada na Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, nº 155, no centro do Recife.