O valor da produção agrícola pernambucana em 2022 foi recorde e ultrapassou R$ 7,4 bilhões, contra R$ 6,3 bilhões em 2021. Os números são da Produção Agrícola Municipal (PAM), pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1974. No entanto, mesmo com esse crescimento, Pernambuco se manteve na 16ª posição no ranking nacional.
A cana-de-açúcar ficou em primeiro lugar no ranking do valor de produção em Pernambuco no ano passado, rendendo aos produtores aproximadamente R$ 2,7 bilhões, ou 36,1% de todo o total recebido pela agricultura pernambucana. O desempenho também rendeu ao estado o sexto lugar a nível nacional pelo terceiro ano seguido. Houve um aumento de 6,3% na quantidade de cana colhida em 2022, chegando a cerca de 16,6 milhões de toneladas e um rendimento de 60,8 toneladas por hectare.
Com R$ 1,7 bilhões em valor de produção, a uva se manteve na segunda posição em 2022. Mesmo com o aumento, foram produzidas 338 mil toneladas da cultura no ano passado, contra 420 mil toneladas em 2021, uma queda de 15,3% e o número mais baixo desde 2015. O rendimento médio da produção também diminuiu de 47,6 mil para 42,4 mil toneladas por hectare.
Mesmo com a queda no período, Pernambuco se mantém como importante produtor nacional de uva, sendo o primeiro em valor e em rendimento médio de produção, o segundo em quantidade produzida e o terceiro em área colhida, atrás do Rio Grande do Sul e São Paulo.
Pelo segundo ano seguido, a banana em cacho ficou em terceiro lugar em valor de produção, que chegou a R$ 633 milhões em 2022, contra R$ 488 mil em 2021. O estado caiu do sexto para o sétimo lugar entre um ano e outro, mas a quantidade produzida teve uma leve alta de 3,3%, chegando a 490.440 mil toneladas.
Quarto cultivo com maior valor de produção em Pernambuco em 2022, a manga teve um ganho de aproximadamente R$ 438 milhões, o segundo maior montante entre todos os estados, atrás apenas da Bahia. Embora a quantidade produzida tenha ficado praticamente estável entre 2021 e 2022, com 441 mil toneladas, o estado alcançou o maior rendimento médio entre os estados produtores da fruta, com 26,7 quilogramas por hectare.
A goiaba ocupou, em 2022, o quinto lugar no ranking das culturas agrícolas com maior valor de produção em Pernambuco, somando R$ 377 milhões. Além disso, o estado foi o que mais faturou com o cultivo da fruta no período e teve a maior produção nacional, com 196 mil toneladas e rendimento médio de 35 mil quilogramas por hectare. No total, a cana-de-açúcar, a uva, a banana, a manga e a goiaba, somadas, respondem por 78,5% do valor de produção agrícola total do estado.
_Feijão tem queda brusca na colheita em 2022_
Em 2022, Pernambuco teve 807 mil hectares de área plantada ou destinada à colheita, exatamente a mesma superfície do ano anterior. A área colhida, por sua vez, foi de aproximadamente 683 mil hectares, 2,3% a mais do que no ano anterior. A cultura com mais área colhida foi a cana-de-açúcar, com 273 mil hectares, 2,3% a menos do que em 2021.
Já o feijão em grão, variedade com a segunda maior área colhida, teve aumento de 10,8% na superfície de colheita, passando de 134 mil para 148 mil hectares entre 2021 e 2022. No entanto, houve uma queda brusca na quantidade produzida, de 71,1 para 49,9 mil toneladas no período. Já em valor de produção, o feijão está em oitavo lugar em valor de produção, tendo caído de R$ 315 milhões para R$ 242 milhões.
O milho em grão, por sua vez, tem a terceira maior área colhida e observou aumento semelhante ao do feijão, com aumento de 104,8 mil hectares em 2021 para 115,7 mil hectares em 2022, uma variação de 10,4%. A quantidade produzida também aumentou, de 66 para 71 mil toneladas, sendo que o valor de produção acompanhou essa alta, de R$ 101 milhões em 2021 para R$ 111 milhões em 2022.
_Petrolina é a responsável pelo maior valor de produção entre os municípios pernambucanos_
Os quatro municípios pernambucanos com maior valor de produção agrícola em 2022 estão localizados nas regiões onde a fruticultura predomina. Em primeiro lugar, está Petrolina, que, sozinha, foi responsável por 21,2% de todo o valor de produção arrecadado pela agricultura do estado, o equivalente a R$ 1,6 bilhão. Na sequência, estão Lagoa Grande (R$ 471 milhões), Belém do São Francisco (R$ 383 milhões) e Santa Maria da Boa Vista (R$ 322 milhões), todas localizadas no Sertão do São Francisco. Na quinta posição, está Ipojuca, no litoral sul, tradicionalmente ligada À colheita da cana-de-açúcar (R$ 285 milhões).