Aportou, recentemente, na pinacoteca do Instituto Ricardo Brennand, na Várzea, a *Exposição Natureza Noturna e Cristalização*, do artista plástico pernambucano que vive em Paris, Jaildo Marinho. Com curadoria do uruguaio Manuel Neves, historiador e curador de arte, a mostra ficará em cartaz até 5 de novembro e os horários de visitação são de terça a domingo, das 13h às 17h.
A ambientação-instalação de Jaildo Marinho foi concebida para ocupar a chamada Sala da Rainha, espaço reservado e privilegiado por ficar dentro da Pinacoteca do InstitutoRB onde, nesta investida o artista apresenta uma escultura monumental “que se combina com obras bidimensionais”. Segundo o Jaildo Marinho, a narrativa da exposição traduz uma sutil alegoria sobre o mistério do insondável, que se articula entre dois elementos simbólicos que se opõem e, ao mesmo tempo, dialogam: a natureza e a noite.
A exposição é composta de duas partes - Cristalização e Natureza Noturna, sendo Natureza Noturna composta por uma escultura gigante (mármore) e quatro quadros bidimensionais: Muro Amazonas (tinta acrílica); Jade; Manuela; Elza – Geralda – obras da Série Celeste que o artista produziu neste 2023, em madeira, acrílica e PVC.
Já a mostra em sua parte Cristalização reúne instalações e mais três quadros bidimensionais: a escultura em gesso cartonado e acrílica e os quadros Freijó-lilas; Freijó-jaune, Freijó-rouge, todos em acrílica sobre madeira e produzidos entre 2014 e 2017.
*O artista*
Jaildo Marinho é um artista respeitado além Brasil: nasceu em 1970 em Santa Maria da Boa Vista, Pernambuco. Trabalhou no Centro de Estudos de Gemas e Minerais de 1982 a 1986, dirigido pelo governo de Pernambuco. Aos 16 anos de idade, seguiu o curso de escultor João Batista Queiroz na UFPE durante três anos, onde aprendeu fundição e várias técnicas de entalhe e modelação. Em 1993, ele viajou para Paris onde decidiu viver e adquiriu a nacionalidade francesa em 2009. Naquele país tornou-se professor no ADAC – Atelier de sculpture et de fonderie d’Art de la Ville de Paris e os primeiros anos foram marcados por encontros decisivos com artistas de origem sul-americana, que viviam na capital francesa desde os anos 50, tais como Jesús Rafael Soto, Carmelo Arden Quin, Narciso Debourg e Cícero Dias.
A partir de 1996, Jaildo participou de vários espetáculos parisienses, tais como Grands et Jeunes d’Aujourd’hui e o Salon des Réalités Nouvelles, e apresentou sua primeira exposição pessoal no Claude Dorval’s. Este último está próximo do movimento Madi em 2003 ao qual o artista se juntou e que o levou a envolver-se ativamente na criação do “Museu MADI” na cidade de Sobral, no Brasil, em 2004.Desde a década de 1990, Jaildo Marinho goza de um reconhecimento significativo na França e no estrangeiro. Ganhou a medalha de ouro no Festival de Mahares na Tunísia em 1995 e o Prémio de Escultura da Bienal de Malta em 1999. As principais exposições incluem “Derrière les Tableaux” em 2004, na Biblioteca Histórica da Cidade de Paris; em 2005 participou da exposição coletiva no Palais de La Porte Dorée, prolongada no ano seguinte no Palais Omnisports de Paris Bercy. Em 2012, “Le Vide Oblique” foi realizada na Maison de l’Amérique Latine. No Brasil, após a sua primeira exposição individual realizada no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco em 2002, teve sua primeira retrospectiva na Pinakotheke Cultural no Rio de Janeiro em 2012.
Em 2017, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro abrigou a exposição « Cristalização ». Na França, depois de ter sido exibido desde 2009 na Galerie Nery Marino e depois em Meyer Zafra, Jaildo Marinho é agora representado pela Galerie Denise René. Desde os anos 2000, Jaildo tem participado regularmente de exposições coletivas e feiras internacionais no Brasil, em cidades da Europa, da Ásia, dos Estados Unidos e da América Latina. Manuekl Alves, o curador nasceu em Montevidéu, Uruguai em 1973. É historiador e curador de arte; diplomado em Teoria e Práticas das Artes e Linguagem na EHESS (Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais) em Paris. Foi diretor artístico do Elefante Centro Cultural em Brasília, 2015-2016. Tem realizado projetos curatoriais e exposições no Brasil, Argentina, Estados Unidos, Itália, França e mais. Foi conferencista convidado na Universidade da República, Uruguai (UDEAL), na Universidade Católica do Uruguai (UCU) e na Universidade de Brasília (UnB).
*Serviço:*
*Exposição - Natureza Noturna e Cristalização*
Onde: Instituto Ricardo Brennand, na Alameda Antônio Brennand, s/n, Várzea
Data: Em cartaz até 5 de novembro de 2023
Horário: das 13h às 17hs - De terça-feira a domingo
Bilheteria: Inteira: R$ 50,00 | Meia*: R$ 25,00 * mediante documentação comprobatória. *Pessoas com deficiência, estudantes, professores e idosos acima de 60 anos