A chocante notícia do suicídio de Walewska Oliveira, ex-jogadora de vôlei e campeã olímpica, ocorrido na última quinta-feira (21), durante o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, sublinhou a necessidade premente de se abordar a questão da saúde mental. Walewska, celebrada por sua destreza e presença marcante em quadra, enfrentou um adversário que muitos enfrentam em silêncio: a depressão.
No mundo esportivo, as exigências de desempenho e o enorme peso das expectativas podem ser avassaladores. "Por mais que os atletas sejam idolatrados, não deixam de ter suas fragilidades", observa Jullyanna Cardoso, psicóloga e especialista em saúde mental. "A depressão não é apenas um semblante de tristeza. É uma batalha interna frequentemente oculta atrás de sorrisos e vitórias”, destacou.
O estigma em torno da saúde mental, seja no ambiente esportivo ou na sociedade em geral, muitas vezes desencoraja os que sofrem a buscar ajuda. Cardoso reitera a necessidade de uma reavaliação da nossa postura. "Depressão não se traduz em fraqueza. Admiti-la e combater-lhe exige enorme valentia. E temos como dever, enquanto sociedade, assegurar a quem enfrenta esse desafio que não está sozinho", pontuou.
O episódio envolvendo Walewska, por mais trágico que seja, ressalta a urgência de conscientização e ação. É crucial fomentar espaços onde as pessoas sintam confiança para expor suas dificuldades e buscar suporte. "Independente de status ou aparência, qualquer um de nós pode ser atingido pela depressão. Empatia e suporte são as armas mais potentes no enfrentamento deste mal", disse Jullyanna.
A especialista ainda destacou que a reflexão sobre saúde mental não deve ser limitada ao Setembro Amarelo. “É imperativo entender e agir constantemente, esperando que no futuro, histórias como a de Walewska possam ter um desfecho diferente. A depressão pode não selecionar suas vítimas, mas juntos, podemos decidir enfrentá-la", concluiu a especialista em saúde mental.
