Os metroviários decidiram suspender a greve por 48 horas após a assembleia geral de hoje, 7 de agosto, na Praça da Greve - Estação Recife. Atendendo à solicitação do Ministério Público do Trabalho, após a reunião que aconteceu no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, essa suspensão ocorrerá até a próxima quarta-feira, 8 de agosto.
Na reunião, o Desembargador Vice-presidente do TRT6, Sergio Torres Teixeira, relatou que teve contato com a SEST (Serviço Social do Transporte), representada pela Secretária Elisa, a qual elencou vários erros da empresa, incluindo a assinatura da ata do dia 19 de junho sem a validade da SEST.
O presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, explicou as falhas na condução do processo nas negociações da empresa. "A rodada de negociação, com a intermediação do TRT e do MPT, comprova a irresponsabilidade da empresa CBTU e sua incapacidade de conduzir as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho. O Sindmetro-PE demonstra sua força e, na próxima quarta-feira, terá uma nova reunião no Ministério Público do Trabalho, sendo que o TRT intimou a empresa a notificar os outros sindicatos da base para participarem dessa negociação", disse Luiz Soares. Ele explicou que o TRT6ª reafirmou a legalidade da greve, portanto não haverá descontos a serem feitos nos salários dos trabalhadores que estão em greve.
O vice-presidente do Sindmetro-PE, Assis Filho, enfatizou a importância de suspender a greve. "Precisamos ligar a greve à persistência, mas também à estratégia. A empresa terá 48 horas para nos apresentar uma proposta; caso não haja nenhuma proposta na quarta-feira, nós vamos radicalizar", confirmou.
Luiz ressaltou na Assembleia a campanha de mídia que foi iniciada no sábado, 5 de agosto, e será intensificada durante essa semana com outdoors, outbus, rádios e TVs. Na primeira peça, os outdoors tomaram as ruas do Recife com a mensagem: "PRESIDENTE LULA: NÃO VENDA O NOSSO METRÔ! A PASSAGEM VAI AUMENTAR E PIORAR OS SERVIÇOS". Essa campanha é pela exclusão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Programa Nacional de Desestatização.
As demandas da categoria incluem a busca por um reajuste no piso salarial, a garantia de estabilidade no emprego e a realocação dos funcionários em caso de privatização do metrô. Todos esses aspectos estão previstos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025.