Psicóloga explica sobre a ligação entre a vontade incontrolável por comida e os desafios emocionais
Agosto é o mês de comemoração dos 60 anos da Psicologia no Brasil. É um momento para valorizar o trabalho dos profissionais de saúde mental e refletir sobre os problemas psicológicos que afetam as pessoas. Entre elas, a ansiedade destaca-se como uma das mais comuns e prevalentes atualmente. Caracterizada por uma sensação persistente e intensa de apreensão, preocupação e medo em relação a situações futuras ou incertas, essa doença também pode desencadear algumas outras consequências.
A compulsão alimentar, por exemplo, pode surgir como um resultado dessa inquietação emocional. Segundo Denise Rodrigues, psicoterapeuta cognitivo-comportamental e coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Rio de Janeiro, é comum que pessoas que enfrentam essa doença tenham a possibilidade de desenvolver uma dependência na alimentação. Esse contexto surge como um reflexo das emoções, situações ou sentimentos desafiadores na vida do indivíduo, explica a profissional. Os componentes bioquímicos encontrados nos alimentos, especialmente os carboidratos, induzem uma sensação de conforto e bem-estar. Como resultado, o ato de comer em excesso acaba se transformando em um comportamento compensatório.
É essencial destacar que há diferença entre compulsão e vontade de comer. Ter apetite por alguma comida, até mesmo em cenários emocionalmente desfavoráveis, não entra no quadro de transtorno. O problema, segundo a profissional de Psicologia, é a ingestão em proporções muito elevadas e percepção de descontrole. Porém, o ciclo vicioso entre ansiedade e essa compulsão pode ser prejudicial para a saúde física e emocional do indivíduo.
Tal angústia pode levar a uma busca constante por conforto na comida que, na realidade, não tem durabilidade. “A questão é que a sensação de prazer provocada por essas comidas é muito passageira. Então, se eu estiver vivendo uma outra situação ou se aquela situação inicial não passou ainda, eu continuo comendo e vou voltar a comer. Logo, a compulsão alimentar tem um elemento muito importante: a percepção de descontrole”, acrescenta a psicóloga.
Para o tratamento da ansiedade e da compulsão por comer, buscar um psicólogo é extremamente indicado. Além de ajudar o paciente a identificar pensamentos e comportamentos disfuncionais, esse profissional desenvolve estratégias mais saudáveis de enfrentamento. E, em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para controlar os sintomas e permitir uma participação ativa na terapia. Por isso, a assistência médica torna-se necessária.