Definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso e classificada pela agência como doença ocupacional, a síndrome de Burnout caracteriza-se como um processo de esgotamento profissional. Isso ocorre diante de extensas cargas de trabalho, exposição emocional desproporcional a agentes estressores, bem como a dificuldade de manter uma rotina saudável com as atividades que desempenha.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Way Minder, startup mineira de solução tecnológica, por meio de inteligência artificial, com o objetivo de saber as áreas coorporativas que mais tem pessoas afetadas pelo burnout foram, em sequência: RH, vendas, educação, liderança, administrativo e TI.
Entre os principais sintomas do burnout estão crises de ansiedade, crises de pânico, sudorese, cefaleias, dores corporais, insônia, alterações de apetite, dificuldade de concentração, perda da libido ou diminuição, irritabilidade, constipação intestinal ou processo de desorganização intestinal, como diarreias, bem como alta carga de estresse antes, durante e depois das atividades laborais.
Segundo o psicólogo e professor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Aluísio Soares, é possível observar situações que envolvem comportamentos relacionados a descumprimentos de regras e orientações no ambiente de trabalho, como absenteísmos, faltas, excesso de atestados médicos e justificativas para ausências, devido ao desinteresse em estar em um ambiente que causa exaustão física e mental ao profissional.
“Quando o sujeito evita ir para o trabalho e quando já está lá, faz de tudo para largar cedo, este esgotamento diz respeito à tentativa de manutenção das atividades de trabalho, que muitas vezes o sujeito não tem consciência do seu adoecimento e que não está bem”, comenta.
Procurar ajuda deve ser considerado em casos em que a pessoa percebe que as suas atividades profissionais e cotidianas estão inseridas em um contexto de sofrimento. Por exemplo, o estresse extremo e crônico, longas jornadas de trabalho, assédio moral, conflito com colegas de trabalho, e repouso insuficiente podem ser causadores dessa condição psicológica. Por isso, em caso de sintomas semelhantes, é necessário buscar ajuda de um profissional da saúde mental.
“Uma abordagem psicoterapêutica ou psiquiátrica pode ser fundamental neste processo de reorganização da rotina. Existem serviços como os Centros de Atenção Psicossocial e consultórios privados, que podem auxiliar essas pessoas a entenderem o processo. O tratamento pode ser realizado com terapia, mas em alguns casos, é preciso fazer uso de medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos. No entanto, é sempre recomendado procurar um especialista para avaliar a frequência e intensidade de seus sintomas”, finaliza.