Piscar. Uma reação que é automática e fundamental para a saúde ocular. Mas você sabia que estamos piscando cinco vezes menos? Geralmente, piscamos de seis a cinco vezes por minuto. Mas de acordo com a Associação Brasileira de Portadores de Olho Seco (Apos), hoje a média é de apenas uma piscada a cada sessenta segundos, por conta do uso cada vez maior de aparelhos eletrônicos.
E quando piscamos menos, diminuímos a lubrificação da região dos olhos, causando o Olho Seco, doença ocular caracterizada pela diminuição da produção da lágrima e ressecamento da região dos olhos. Ao todo, são 18 milhões atingidos no país, segundo dados da Associação Brasileira de Portadores de Olho Seco (Apos).
“Ao piscar, renovamos a camada de lipídios da lágrima que retarda a sua evaporação. Quando passamos muito tempo sem piscar, a lágrima evapora com mais facilidade, deixando o olho mais ressecado. É o que acontece quando ficamos concentrados em alguma atividade: ‘esquecemos’ de piscar, mesmo que seja uma atividade inconsciente. Hoje em dia isso acontece frequentemente com o uso de telas”, explica a oftalmologista Carolina Guimarães, do HOPE, hospital integrante da rede Vision One.
As causas do Olho Seco são variadas, como maior uso de telas, poluição, queimaduras, traumas, entre outros. O inverno também é um vilão, já que por conta da baixa umidade a tendência é que nossos olhos fiquem ressecados com mais facilidade.
Os principais sintomas da doença são ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do dia. “A pessoa começa a sentir ardência nos olhos, sensação de corpo estranho e algumas vezes até lacrimejamento, já que o corpo tende a produzir mais lágrima numa tentativa de se proteger”, descreve a oftalmologista Carolina Guimarães.
A especialista do HOPE ainda orienta como prevenir o Olho Seco. “É essencial evitar os gatilhos para a crise, ou seja, evitar o uso prolongado de telas, evitar ambientes com ar-condicionado por muito tempo ou ambientes secos, locais com muita poluição ou muito vento também podem acarretar os sintomas. Além disso, fazer a higiene dos cílios para diminuir a oleosidade também pode ajudar a evitar o desconforto”, afirma a oftalmologista Carolina Guimarães.
Apesar da doença não ter cura, pode ser controlada com a ajuda de um oftalmologista. “Quando os sintomas prejudicam a qualidade de vida, é essencial procurar o oftalmologista para guiar a melhor forma de tratar o olho seco. Existem uma série de medicações e estratégias de tratamento. Não retarde em procurar ajuda, pois o desconforto causado pelo ressecamento é capaz de atrapalhar bastante as atividades do dia a dia”, finaliza a oftalmologista Carolina Guimarães.