O diabetes é uma doença crônica que atinge milhões de pessoas no mundo
todo. De acordo com uma pesquisa divulgada no final de 2021 pela International
Diabetes Federation (IDF), cerca de 15,7 milhões de indivíduos são afetados por
essa condição no Brasil. No entanto, mesmo com um número significativo, ainda
existem diversos estigmas e questionamentos sobre o tema. Para explicar essas
questões, Antonio Ribeiro, Doutor em Ciências e coordenador do curso de
Enfermagem da UNINASSAU Rio de Janeiro, fala sobre os principais mitos
relacionados ao assunto e como identificar os reais sintomas.
Um
pensamento comum e incorreto acerca desta enfermidade é a ideia dela ser
resultado de apenas um estilo de vida inadequado e uma falta de disciplina
alimentar. “O diabetes é uma doença metabólica/endócrina. Ele surge em função
da falha da produção de insulina ou supressão na secreção deste hormônio,
extremamente importante para a manutenção dos níveis glicêmicos do ser humano.
Ou seja, é uma condição médica que necessita da atenção e cuidados
necessários", afirma o enfermeiro.
Parte
da sociedade também acredita que todas as pessoas com obesidade desenvolvem a
enfermidade. Essa é uma informação errônea. O sobrepeso pode favorecer o
surgimento, mas não é a razão para isso. De acordo com Antonio, como a
quantidade de secreção de insulina é insuficiente, quanto mais inadequada for a
alimentação, maior será a taxa de glicose no sangue.
Com
relação à cura, existe a compreensão de que somente a dieta é capaz de
solucionar o problema. Apesar de não ser uma ideia totalmente errada, há
algumas ressalvas. “Com a realização de uma dieta extremamente adequada e a
diminuição da produção de insulina, até é possível controlar a doença. Porém,
quando a síntese de insulina é insuficiente ou não existe, somente o regime não
dá conta de responder ao tratamento. Neste caso, é necessário procurar
assistência médica”, explica Antonio.
Dessa
forma, é de extrema importância saber como realmente ocorre a manifestação do
diabetes e estar atento aos principais sintomas, como fome frequente; sede
constante; vontade de urinar diversas vezes ao longo dia (de vez em quando, é
possível notar a aparição de formigas nas proximidades do vaso sanitário devido
à necessidade do organismo de encontrar alternativas para eliminar a elevada
quantidade de açúcar no sangue); perda de peso; fraqueza; fadiga; mudanças de
humor; náusea e vômito; hálito semelhante ao odor de acetona; alta concentração
de glicose no sangue.
Caso note o surgimento de algum deles, o recomendável é realizar um
exame clínico e laboratorial para avaliar os níveis de açúcar no corpo. “O
resultado do teste doméstico, o qual é feito uma espetadinha no dedo, não é
indicado para diagnóstico, mas para monitoramento”, conclui o profissional.