quinta-feira, 1 de junho de 2023

Victor André Gomes defende investimentos na educação para o trânsito em audiência pública na Câmara Municipal



No último dia da campanha Maio Amarelo, instituída para conscientizar sobre a importância da segurança no trânsito, o vereador Victor André Gomes (União Brasil) promoveu uma audiência pública no plenarinho da Câmara Municipal, na tarde desta quarta-feira (31), para debater um tema que tem correlação com o conjunto de esforços que visa melhorar os deslocamentos das pessoas no espaço urbano. O tema foi o futuro da mobilidade urbana do Recife. Para debater o tema, Victor André Gomes compôs a mesa com a gestora da educação para o trânsito da Autarquia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU), Marcela Assis; o presidente de honra do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho (Sintesp), José Bezerra; e o coordenador educativo da Associação Brasileira de Educação de Trânsito (Abetran), coronel Israel Moura.

De acordo com o vereador, o que motivou a realização da audiência pública foi o fato de Recife ser considerada a cidade com o pior trânsito do Brasil. Victor pontuou que os moradores do Recife precisam de um processo educativo a longo prazo para o trânsito. “Se não tivermos um investimento a longo prazo, para a criançada, com campanhas educativas, não chegaremos a um número satisfatório no futuro”, defendeu. Victor André Gomes apresentou dados de que o grande número de acidentes com vítimas fatais no trânsito ocorre no turno entre o final da noite e durante a madrugada, “quando a sinalização está desligada”.  Ele informou que as lombadas eletrônicas e os pardais ficam desligados nesse período do dia, desde 2016, por força de medida do Ministério Público. “O objetivo foi prevenir os assaltos à mão armada. Mas, isso não está ocorrendo”.

A gestora da educação para o trânsito da CTTU, Marcela Assis, pontuou que as principais vítimas do trânsito no Recife são os pedestres (em primeiro lugar), pessoas do sexo masculino, e ciclistas (em segundo lugar). Ela entende que também é importante fazer ações educativas com crianças, mas que a CTTU quer atingir diversos públicos. “A criança não é vista somente como a condutora do futuro, mas também como o pedestre hoje. Usamos as crianças para chegar aos pais”.

O coordenador educativo da Abetran, coronel Israel Moura, confirmou que o trânsito do Recife não é um lugar seguro para ciclistas. “Aqui, não se respeita ciclistas. Isso ocorre porque não temos educação para o trânsito. Enquanto não tivermos uma disciplina de educação para o trânsito nas escolas, a situação não irá mudar”. Ele acrescentou que em 2013, o Brasil era o 5º pior trânsito do mundo, e hoje é o terceiro. “Pernambuco ocupava o 15º lugar e hoje estamos em sétimo. Isso é péssimo. No Hospital da Restauração, aqui no Recife, estamos criando uma geração de amputados e isso pode piorar”, alertou o coronel.

*Multas -* Num segundo momento da audiência pública, o vereador Victor André Gomes abordou a questão das multas aplicadas no trânsito. Ele pontuou que o Recife tem cerca de 723 mil veículos licenciados, enquanto que Salvador, tem cerca de 300 mil veículos a mais que o Recife. A capital baiana, no entanto, arrecadou cerca de R$ 55 milhões em 2002 em multa, enquanto que o Recife arrecadou R$ 94 milhões. “Nem um por cento desse valor foi destinado para campanha educativas”, lamentou.

O vereador perguntou: “Aumentar a quantidade de multas faz o trânsito melhorar?” Marcela Assis respondeu que não, mas ela também acrescentou que as multas podem reduzir o número de infratores no trânsito. O coronel Israel Moura disse que a Abetran vai realizar um levantamento em Pernambuco para identificar quanto as cidades arrecadam em multas de trânsito e quanto elas utilizam na educação de trânsito. Segundo ele pode projetar, o percentual é irrisório.

*Projeto de lei -* Após abrir espaço para perguntas das pessoas que compareceram à audiência pública, o vereador Victor André Gomes informou que vai apresentar um projeto de lei na Câmara Municipal do Recife que visa propor que a autarquia de trânsito use no mínimo 5% do valor que arrecada com as multas em campanhas educativas e projetos de educação no trânsito.