O uso do vape, ou cigarro eletrônico tem se tornado cada vez mais popular, principalmente entre os jovens, mesmo a importação, publicidade e comercialização sendo proibidas no território nacional conforme o Projeto de Lei 5087/20. Apesar de ter surgido como uma opção “menos prejudicial”, já existem fatos que comprovam que essa substância é nociva e apresenta elevados riscos à saúde humana.
A maioria dos cigarros eletrônicos, que podem se apresentar na forma de cigarros, pen drives e canetas, possuem diversas substâncias tóxicas como propilenoglicol, glicerina, nitrosaminas, benzaldeído, metais pesados, nicotina, entre outras, e muitos desses elementos são utilizados para deixar o sabor adocicado. Eles funcionam como uma bateria no qual um líquido é aquecido gerando a produção de um aerosol - conhecido como vapor - que é inalado pelo usuário. A composição e a concentração dos ingredientes irão variar conforme o fabricante do produto.
De acordo com o coordenador do curso de Enfermagem da UNINASSAU Rio de Janeiro, Antonio Ribeiro, as pessoas que utilizam esta substância têm maiores riscos de desenvolver câncer de pulmão, estômago, bexiga e esôfago. “Todos os tipos são prejudiciais, entretanto, o de nicotina é o pior porque pode acarretar dependência, risco de trombose, doenças cardiovasculares, favorecimento do risco de AVC, dentre outras”, afirma.
Os
efeitos negativos também atingem a saúde bucal. De acordo com a professora de
Odontologia da instituição, Amanda Lima Lopes, a presença da nicotina na
composição gera níveis variáveis de carcinógenos, aumentando a possibilidade de
o indivíduo desenvolver um câncer de boca. “Lesões dentárias - como fraturas e
avulsões -, alteração na pigmentação e um maior risco de doença periodontal
também vêm sendo relatados na literatura. Além disso, a presença de candidíase
oral é mais prevalente nos consumidores de cigarro eletrônico, além do câncer
bucal”, explica a dentista.
"As pessoas
que desejam interromper o uso e minimizar os danos à saúde devem fazer o uso
suplementar de nicotina transdérmica, com acompanhamento médico, terapia
comportamental, além de buscar mais qualidade de vida por meio das atividades
físicas, ingestão adequada de água, boa alimentação, além de manter um padrão
de sono, recomenda Antonio Ribeiro.