terça-feira, 6 de junho de 2023

Revogação imediata das demissões no Brites de Albuquerque


Sob extrema preocupação, em cumprimento ao aviso prévio, centenas de funcionários do Hospital Brites de Albuquerque, em Olinda, estão trabalhando neste mês de junho. O contrato de gestão com a Organização Social de Saúde do Hospital Tricentenário está prestes a acabar.

A unidade de saúde foi ativada como hospital de campanha durante a pandemia, no antigo espaço da maternidade. Os profissionais que lá estão enfrentaram a dura realidade do combate à Covid-19; atualmente o local conta com enfermarias e UTIs adulta e pediátrica.

“Em março fiz a Indicação 709/2023 ao governo do estado. Indiquei a reestruturação dos serviços da unidade de saúde, a fim de atender melhor aos usuários do SUS e de valorizar os profissionais de enfermagem, tão essenciais no momento mais crítico da pandemia. A governadora não se pronunciou sobre o assunto e, agora, fomos surpreendidos pelo término do contrato no dia 30 deste mês”, explicou o parlamentar.

A segunda indicação de Gilmar sobre o hospital foi publicada no Diario Oficial desta terça-feira (6) e exige a revogação do aviso prévio dos profissionais. Especialmente desta vez, o deputado espera uma rápida resposta do governo do estado e do Ministério Público, também citado no texto. “É inconcebível dispensar esses profissionais preparados. Serão centenas de pessoas na rua, mais desemprego, mais desespero, mais famílias desamparadas. Eles devem permanecer a serviço da saúde pública, mesmo sob novo contrato”.

O parlamentar deixa claro que, se a medida não for revogada, o desamparo atingirá, mais seriamente, a saúde dos pacientes: “São dezenas de pessoas com Síndrome Respiratória Aguda Grave, pneumonia e tuberculose: doenças graves e crônicas. Nesses casos não é prudente realizar transferências para outras unidades clínicas. Estão em jogo o bem-estar, o tratamento e a vida dos pacientes”, concluiu Gilmar Júnior.

Nota Oficial COREN PE

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) repudia a atuação da Secretaria de Saúde Pernambuco e do Governo do Estado quanto a gestão do Hospital Brites de Albuquerque, unidade de saúde localizada em Olinda. A falta de agilidade na renovação do contrato com a Organização Social de Saúde, que faz o gerenciamento do Hospital, tem causado angústia e aflição entre os pacientes e os 642 profissionais que atuam no local, em sua maioria integrantes do corpo de enfermagem, que já foram informados sobre a suspensão dos contratos de trabalho e encontram-se em aviso prévio.  Atualmente, o Hospital Brites de Albuquerque possui uma estrutura relevante dentro do organograma da rede pública de saúde do estado, contando com laboratórios de análises clínicas, radiologia e eletrocardiograma, além de oferecer serviços como nutrição e psicologia. São 60 leitos para tratamento intensivo (UTIs) para adultos e 30 pediátricos, além de 40 leitos clínicos para adultos e 20 de enfermaria pediátrica. O Coren-PE entende que o encerramento das atividades da unidade acarretaria em um prejuízo incalculável para a população e profissionais que lá atuam.

O Conselho ressalta que um cenário semelhante se desenha com a possibilidade de desmobilização do Hospital de Retaguarda em Neurologia de Pernambuco, localizado no bairro do Prado, no Recife. A unidade começou a funcionar em março do ano passado, na tentativa de desafogar o Hospital da Restauração, ampliando assim a oferta de assistência aos pacientes que possuem problemas neurológicos que exigem atendimento imediato. O Hospital integra o conjunto de unidades abertas pelo Governo do Estado para atender aos fluxos relativos à covid-19. Apesar do fim do estado de emergência de saúde pública internacional, declarado pela organização mundial da saúde (OMS), no início do mês passado, o Coren-PE ressalta que o fechamento da unidade de saúde vai resultar em consequências severas para os pacientes que dependem de atendimento no local, sem falar na demissão dos funcionários que atuam no hospital.