Os toques sagrados do Candomblé e os beats eletrônicos do rap se unem em uma fórmula repleta de ancestralidade e contemporaneidade na obra do pernambucano Marcio Rastaman. O rapper apresenta o resultado dessa mistura no show ‘Da Rima ao Tambor’, dia 20 de junho, a partir das 18h, dentro da programação da Festa da Música RNC, que acontece na Torre Malakoff, no Bairro do Recife. No festival, o pernambucano estrela uma noite de música preta no ‘Palco da Resistência' com a missão de transformar o local em um verdadeiro “quilombo cultural”.
Na escola do rap desde os anos 1990, quando começou no lendário grupo pernambucano Mira Negra, Marcio Rastaman encontrou na música uma ferramenta de libertação para o povo preto e para si próprio. Em sua trajetória como artista, enveredou também pelo universo da música ancestral e tradicional, tendo se formado percussionista, Ogan, arte educador e educador social. No ano de 2022, o rapper decidiu unir aos beats o aprendizado adquirido ao longo de suas pesquisas musicais e lançou o EP visual ‘Da Rima ao Tambor’, que traz o rap fundido às sonoridades sagradas da religião de matriz africana, bem como a ritmos populares como o coco de roda; além do Raggamuffin, trap com salsa e muito boom bap.
Agora, Marcio leva sua fusão rítmica com letras carregadas de mensagens políticas e antirracistas à primeira noite da ‘Festa da Música RNC’, no próximo dia 20 de junho. O rapper se apresenta no ‘Palco da Resistência’ ao lado de nomes como Amun Há e a banda Abulidu, entre outros representantes da atual música preta pernambucana. “Faz tempo que não acontece um evento com uma line up altamente afro como nesse primeiro dia da ‘Festa da Mùsica’.É difícil acontecer isso nos grandes festivais aqui na Região Metropolitana do Recife. Todos os artistas que vão participar do ‘Palco da Resistência’ têm essa questão de ter o tambor e muita letra envolvendo questões raciais, é praticamente um quilombo cultural”, festeja o artista.
No seu show, Marcio Rastaman vai apresentar as faixas do EP Visual ‘Da Rima ao tambor’, além de músicas de domínio público da tradição do coco. “É para fazer o povo sambar um pouco, dançar e escutar as músicas dos mais velhos, dos nossos ancestrais, além do rap”, explica. Ele apresenta, ainda, a canção ‘Ragga Paz Bem’, uma novidade em seu repertório atual. A canção, que fala sobre perseverança, auto estima e cultura de paz, é uma parceria dele com Fuse MC, Jogo MC e Fábio Curió, escrita nos anos 1990, e nunca foi gravada.
Animado com o convite da festa da Música RNC, Marcio espera repetir o sucesso do show de lançamento do EP, realizado na Quarta-Feira de Cinzas, no Polo Guadalupe, dentro da programação do Carnaval de Olinda 2023. Além disso, ele espera conquistar um público novo com seu som e sua mensagem. “Espero que seja uma noite de celebração no ‘Palco da Resistência’, uma noite para evidenciar nossa força ancestral através da música”, finaliza o músico.
SOBRE O ARTISTA
Com mais de 20 anos de carreira, Marcio Rastaman é rapper, percussionista, Ogan Onilú, arte educador e educador social. Estreou na música no extinto grupo de rap Mira Negra, nos anos 1990 e, de lá para cá, enveredou pela cultura afro-pernambucana colecionando passagens por diversos projetos como o Orquestrão Mutlicultural do Recife, ao lado do Maestro Spok; a banda de reggae Capim Santo; o grupo Coco Verde e Melancia; e o forró de Benedito da Macuca, entre outros. Também ministra oficinas de percussão; atualmente, está à frente do projeto ‘Vivências em Música’, no Paço do Frevo. Mais informações pelo @marciorastaman.