Refletir sobre o que cada um de nós pode fazer para diminuir os problemas ambientais deve ser uma prática iniciada cedo na vida das pessoas, ainda na escola. Como exemplo disso, dois estudantes recifenses se juntaram na sala de aula e tiveram uma ideia para cuidar do meio ambiente. Marcus Matheus Bezerra e Renato Timóteo Wanderley desenvolveram um projeto de ilhas flutuantes filtrantes, utilizando a fibra de paina como substrato. A técnica inovadora já garantiu aos pernambucanos mais 10 prêmios nacionais, nos mais conceituados eventos científicos no Brasil. Na próxima sexta, 09, os jovens embarcam para os Estados Unidos, em busca de aumentar a galeria de premiações, representando Pernambuco e o país em mais um desafio.
Depois de trazer para casa troféus, medalhas e certificados de campeões de importantes eventos como a Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), Febic (Feira Brasileira de Iniciação Científica), Fenecit (Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia), Stockholm Junior Water Prize (SJWP Brasil) e a Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC), Matheus e Renato chegam, nesta semana, em Rochester, cidade de Nova Iorque, para disputarem, entre 700 projetos, mais uma premiação na Genius Olympiad, a maior feira de sustentabilidade do Planeta. Os alunos do ensino médio do Colégio Militar do Recife estarão acompanhados da professora Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Goretti Cabral, orientadora do projeto.
A criação das ilhas flutuantes filtrantes a partir dos frutos das paineiras, árvore de mais de 30 metros, nativa das florestas brasileiras e da Bolívia, encontrada em diversos locais do Recife, se deu pela semelhança das fibras da paina com a lã, finas e brancas, e que auxiliam na flutuação e na filtragem de resíduos encontrados em rios, lagos e canais, inclusive óleos e, até mesmo, o petróleo. De forma eficiente, sustentável e barata, os alunos já provaram que o projeto funciona em canais e rios do Recife bastantes afetados pela poluição e que causam destruição em períodos chuvosos na capital pernambucana.
O projeto também vem sendo incubado pela Sempre Viva Social, ONG recifense que desenvolve um trabalho de educação ambiental em Passarinho e Dois Unidos, duas comunidades da zona norte da cidade, que sempre são castigadas pelos transtornos provenientes das enchentes do Rio Beberibe. A dupla vê a necessidade de implantação dessa técnica de forma emergencial para a preservação dos rios na manutenção da vida na Terra. “A água é fundamental para tudo, sobretudo para a nossa existência”, comenta Marcus. Renato tem a certeza de que é preciso agir agora. “A mudança tem que ser hoje, pra já... No futuro é possível que a gente não tenha fontes hídricas para suprir as demandas da população mundial”, reforça o discente.
De malas prontas, Marcus, Renato e a professora Goretti carregam para a terra do Tio Sam, o desejo de disseminar essa ideia para outros lugares do mundo e trazer, para o Brasil, mais uma premiação que dê visibilidade e desperte a atenção da população e dos poderes públicos quanto à conscientização das boas práticas de cuidado para com o meio ambiente, não apenas durante uma semana, porém por todos os demais dias do ano.
