Técnicos, auxiliares e enfermeiros tomaram conta do auditório Sérgio Guerra, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na quarta-feira (31). Em pauta, a implementação do piso da categoria, que voltou a vigorar desde o último 16 de maio, após a derrubada da liminar que suspendia a determinação.
O deputado estadual Gilmar Júnior (PV), enfermeiro e presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), presidiu a audiência, que contou com a presença de autoridades da categoria e parlamentares. “Nós rompemos com as correntes que nos prendiam! Temos que investir nas nossas asas, para voar; temos que investir na nossa voz, para falar. Essa não é uma luta individualizada, é pelo povo! É a primeira audiência pública da enfermagem que acontece no Brasil depois da derrubada da liminar”, pontuou o deputado.
A deputada Dani Portela (PT) ratificou a causa: “Sou aliada de vocês nessa luta! Vocês merecem mais do que batida de panela e piscada de luz, como foi feito na pandemia. Valorizar a enfermagem é pagar o piso! E tem dinheiro para isso! Falta vontade política!”. Pode ter sido o que faltou ao prefeito do Recife, João Campos. De acordo com Gilmar, o gestor informou, por meio da assessoria, que não iria participar da audiência e que não enviaria representante. “Cabe aos gestores municipais decidirem o que é mais conveniente para eles: ou o diálogo ou a briga. Nós estamos prontos!”, ressaltou o deputado.
A governadora Raquel Lyra foi representada pela diretora geral de Gestão Estratégica da Secretaria Estadual de Saúde, Ítala Gomes, que afirmou que o governo anterior não deixou previsão para o pagamento do piso e que precisa do repasse federal para cumprir a lei. Ítala disse, ainda, que a gestão vem fazendo reforma no local de descanso dos profissionais de enfermagem, no Hospital Regional do Agreste, que fica em Caruaru.
Gilmar Júnior fez uma réplica ao pronunciamento da diretora e afirmou que a categoria vai monitorar o repasse federal para exigir o pagamento imediato do piso. O deputado ainda alertou que, se todas as mazelas do estado forem atribuídas ao governo anterior, nada será feito e que a sociedade não pode pagar por um eterno conflito entre a gestão atual e a passada.